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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, esteve na noite desta segunda-feira (26) no programa Roda Viva, da TV Cultura, e alegou que o aumento das queimadas na Amazônia em 2019 está associado ao tempo seco na região. No entanto, conforme apontou o Observatório do Clima, relatórios do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM Amazônia) mostram um cenário oposto, indicando que neste ano choveu mais do que no ano passado e as queimadas estão mais correlacionadas com o desmatamento.
"Quando a gente olha o gráfico de volume de queimadas ao longo de 15 anos, a gente vê uma coincidência total entre anos secos e mais quentes, com mais queimadas, e anos úmidos e com mais chuva, com menos queimadas. Em 2018, um ano mais úmido, houve menos queimadas. Este ano, com um clima mais seco, a diferença é muito maior", disse o ministro durante o programa.
No entanto, institutos especialistas em clima e no bioma amazônico contestaram a fala de Salles. "Salles diz que este ano queimou mais porque está mais seco. É mentira", afirmou o Observatório do Clima nas redes sociais, incluindo argumentos de um estudo realizado em agosto deste ano pelo IPAM, que busca entender as causas do aumento de incêndios na Amazônia.
"A ocorrência de incêndios em maior número, neste ano de estiagem mais suave, indica que o desmatamento possa ser um fator de impulsionamento às chamas, hipótese testada aqui com resultado positivo", apontou o Instituto. "O número de focos de incêndios, para maioria dos estados da região, já é o maior dos últimos quatro anos", completou.
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