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O publicitário João Santana, ex-marqueteiro de campanhas de Lula e Dilma, afirmou que realizou uma delação premiada contra sua vontade pessoal e apontou seletividade nas investigações da Lava Jato ao apenas incriminá-lo, quando a prática de Caixa 2 eleitoral era praticada por todos os candidatos e partidos. Santana foi ouvido nesta terça-feira (9) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, que investiga supostas irregularidades cometidas pelo banco no período de janeiro de 2003 a 2015. O autor do requerimento para convocar Santana junto com sua esposa, Mônica Moura, foi o deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP).
Em resposta à pergunta do deputado Jorge Solla (PT-BA), membro da CPI, sobre a seletividade e a dura pena de 15 anos de prisão para forçar sua delação, o publicitário respondeu: “Esse último detalhe eu não posso dizer que foi dessa forma. Agora fui o único, e me surpreendeu. O porquê eu não sei. Posso deduzir. Eu acho que houve uma casualidade, uma seletividade. Acho que fui vítima da exposição minha, de ter feito tantas campanhas ligado ao Partido dos Trabalhadores”, disse.
Santana comentou sobre as pressões que teria recebido para colaborar com os investigadores, em troca da redução de pena. “De forma explícita, em nenhum momento. Meus advogados acompanharam. Nenhum momento foi dito isso, 'olha, você vai ter que falar...', mas a circunstância toda que se vivia, realmente eu fiz uma coisa que não queria, colaborar de forma nenhuma”, afirmou. “A única argumentação mais forte que eu recebi é que eu auto me incriminasse na questão da corrupção, aí seria um absurdo.”
Ele ainda lembrou que a própria delação da Odebrecht revelou pagamento via Caixa 2 para a campanha do adversário de Hugo Chavez na campanha de 2012, o candidato Henrique Capriles, que também teve um publicitário brasileiro no comando. “Fizeram, todos fizeram [Caixa 2]."
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