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Rhariane Maia de Souza, integrante de movimento por moradia no Rio de Janeiro, foi agredida na terça-feira (3) pela Polícia Militar enquanto levantava faixa de Marielle Franco em ato realizado no aeroporto Santos Dummont para pressionar congressistas do Rio de Janeiro que embarcavam para Brasília a votarem contra a reforma da Previdência.
Segundo relato de Rhariane, enquanto ela se manifestava com uma faixa que fazia referência à vereadora Marielle Franco, assassinada há 455 dias, um homem teria se irritado e pedido para os seguranças a removerem por "estar irritando outros passageiros". Uma passageira tentou interceder dizendo que se manifestar não era crime e que não incomodava ninguém, mas a PM foi acionada.
O segundo tenente Arthur de Lima Soares, do 5º Batalhão da PM, logo abordou Rhariane com um tom irônico, dizendo que ninguém ligava para ela e debochou da aparência física da manifestante. "Será mesmo que assim com esses cabelos pro alto, vestida assim, você vai mudar o mundo", teria dito Arthur.
Apesar das provocações, ela não respondeu e o PM então a comparou com "bandidos". "Bandido é o senhor", reagiu Rhariane. O PM então disse que a levaria para a delegacia e rasgou o cartaz de Marielle Franco e levou a militante para o lado de fora do aeroporto pelo pescoço.
O policial ainda jogou gás de pimenta na mulher e tentou levá-la presa por "desacato". "Esse gás fez com que ela entrasse em processo de fechamento de glote. A sequência foi a tensa negociação para que a levassem ao hospital sem a voz de prisão. Ela acabou sendo autuada na delegacia e foi para o hospital e também para o exame de corpo de delito", declarou Alex Ilário, diretor do Sindicato Intermunicipal de Servidores Federais - RJ.
Rhariane integra a Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST) e é moradora da Ocupação Elza Soares, no bairro de Vila Isabel, Zona Norte do Rio. Segundo a FIST, são 26 famílias vivendo no prédio que anteriormente era um hotel.
Assista ao momento da agressão.