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A renda extra garantida por Deltan Dallagnol com palestras ganhou mais uma polêmica. Uma das empresas que mais contratou o procurador do MPF foi a Unimed, de planos de saúde, setor que citado por delatores na Lava Jato mas poupado pelo Ministério Público.
Com as empreiteiras em baixa nas eleições de 2014, os planos de saúde protagonizaram um grande crescimento no financiamento eleitoral, principalmente a partidos e candidatos de oposição ao PT. Segundo reportagem de André Barrocal, da Carta Capital, Delcídio Amaral (ex-senador), Nelson José de Mello (ex-diretor do laboratório Hypermarcas) e Flavio Calazans de Freitas (ex-dono do Hypermarcas) citaram empresas de planos de saúde em suas delações.
A delação de Delcídio aponta que parlamentares financiados pelas empresas do ramo atuaram fortemente para garantir a nomeação de representantes do setor na ANS e na Anvisa. Entram na lista três senadores do MDB: Eunício Oliveira, Renan Calheiros e Romero Jucá.
A Lava Jato, no entanto, não adotou contra os planos de saúde o mesmo vigor que teve contra empreiteiras da construção civil. Ainda segundo aponta a reportagem, esses grupos atuaram em favor do impeachment de Dilma Rousseff e ajudaram a alavancar a Operação chefiada por Dallagnol. “As entidades médicas foram sócias do impeachment e a Unimed, a despeito de ser uma marca nacional, era o braço econômico dos grupos médicos e tinha interesses ideológicos em bancar a Lava Jato”, disse uma ex-autoridade do setor à Carta Capital.
A matéria aponta que o entrelaçamento entre a operação e os planos perpassa por Dallagnol, figura frequente em palestras (pagas) da Unimed. O procurador também incentivava outros membros do MPF a palestrar para a empresa. Em conversas vazadas pelo The Intercept Brasil, ele instiga a colega Thamea Danelon a seguir por esse caminho: "Vc podia até fazer palestra sobre esse caso mais tarde em unimeds. Eles fazem palestras remuneradas até".
Confira a reportagem completa na Carta Capital