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Eleito o terceiro melhor governador do Brasil pelo Congresso em Foco, atrás apenas de Flávio Dino (PCdoB) e de Rui Costa (PT), o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), aposta na mobilização popular para tirar Lula da prisão. Um dos políticos mais populares do Nordeste e em seu quarto mandato como chefe do Executivo piauiense, Dias conversou nesta quinta-feira (18) com jornalistas independentes no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.
"Vamos ter que parar de acreditar que vamos resolver tudo no celular, nas redes. Tem que ser olho no olho", disse o petista antes de falar, especificamente, da prisão de Lula.
"É preciso termos uma inspiração que nos ensina lula: há a necessidade de apostar na democracia. Se não tivermos capacidade de grande mobilizações, em torno das principais causas, dificilmente a gente tira o presidente Lula da prisão. Não creio nesse caminho (judiciário). Só se tiver capacidade de mobilização. Tivemos eleição direta, liberdade de imprensa, fim da ditadura, tudo isso conquistamos com mobilização. Mas mobilização de rua, não pela internet. Esse é o desafio", pontuou.
O governador do Piauí ponderou, contudo, que a bandeira "Lula Livre" deve estar atrelada a pautas concretas que afetam diretamente o dia a dia da população. "É muito importante a campanha Lula livre, mas o povo vai entender ainda mais a campanha Lula livre se for casada com a pauta do povo. Temos que visitar o município que tinha médico e não tem mais, temos que começar a visitar projetos parados do Minha Casa Minha Vida, retomar a transnordestina que está paralisada. Aí vai fazer sentido a bandeira 'Lula livre'. Estou citando algumas coisas para compreender que isso que ajuda a trazer mais gente para o nosso campo. E precisamos disso", analisou.
"E se esse campo político não trouxer esperanças para o povo, certamente outros vão ocupar esse espaço", completou.
Autocrítica
Durante a conversa, Wellington Dias fez ainda a tão cobrada autocrítica do PT, principalmente em relação à política econômica encampada pelo segundo governo Dilma Rousseff, que apoiou enquanto senador governista à época.
"Eu era líder do bloco de apoio ao governo Dilma no Senado quando cometemos erros graves. Chamar Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda fez com que nos transmitíssemos um sinal errado. E na prática houve uma mudança profunda ali. Política de corte, recessão. Eu faço essa autocrítica. A própria Dilma reconhece, Lula reconhece", disse.
A autocrítica do governador petista veio pouco antes de comentar a política econômica do governo Bolsonaro. Para o governador, com a cartilha que vem sendo adotada por Paulo Guedes será impossível o Brasil voltar a crescer.
"Se o país precisa crescer, não tem segredo: se tenho movimento de recessão, o papel do poder publico é fazer o movimento anticíclico. No período das vacas magras é o poder público que tem que reagir", sugeriu.