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Daniela Mercury, 53, e sua esposa Malu, 42, estiveram no Congresso Nacional na manhã desta segunda-feira (24) para serem homenageadas em sessão solene pelos 50 anos da revolução de Stonewall nos EUA, realizada pela comunidade LGBT contra a invasão da polícia em 1969 ao bar Stonewall Inn, em Nova York. Na ocasião, a cantora disse que se sentia honrada em falar pela comunidade LGBTQ+, e lamentou a falta de direitos, mesmo estando vivendo dentro de uma democracia.
"Eu era casada com homens e quando casei com Malu, perdi todos os meus direitos", lembrou, citando como exemplo a questão dos nomes das mães no RG dos filhos. "Vocês entendem a inversão? Que loucura. Como as pessoas não têm seus direitos básicos contemplados? Como, dentro de uma democracia, deixamos isso acontecer?"
A esposa Malu pontuou: "São coisas pequenas, simples, que parecem inofensivas, mas que causam um profundo constrangimento a nossa família, a nossa comunidade LGBT".
Daniela foi uma das atrações da Parada do Orgulho Gay, em São Paulo, nesse domingo. A artista se assumiu homossexual em 2013, e hoje é militante da causa e luta contra o preconceito e a violência contra a comunidade gay e trans no Brasil.
A cantora ainda afirmou que sempre se sentiu livre, e que hoje se vê "maravilhosa, uma lésbica inteligentíssima, talentosa e de sucesso". Em contraponto, lamentou que tenha escutado por anos que a homossexualidade é uma doença, um pecado, ou simplesmente que "não é certo". "É certo sim, e eu sou muito feliz", disse.
"Que cada um comece a lutar para quebrar as paredes construídas pela sociedade, principalmente sobre o amor próprio. Nos marginalizaram, e continuam a fazer isso à luz do dia, num país democrático", disse. "Vamos continuar a pressionar".
Ao final, emocionada, Daniela convidou os presentes a ficarem de pé e entoarem "Canto Da Cidade". "A gente tem que se celebrar. [...] Obrigada pelo esforço, pelo sofrimento. E desculpe pelo sofrimento que tantos passaram ate hoje".
O levante de Stonewall
O chamado "levante de Stonewall" foi uma série de manifestações de membros da comunidade LGBTI+ contra as invasões da polícia de Nova York que começou em 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, e durou três dias.
Na batida policial, homens que estivessem vestidos de mulher eram presos. Mas, nesse dia, os clientes se recusaram a sair com os policiais ou irem ao banheiro ter o sexo verificado ou a mostrar a identificação.
A polícia novaiorquina reagiu de forma violenta, com agressões e espancamentos, e decidiu levar todos para a delegacia. Uma multidão começou a crescer do lado de fora do bar, e as pessoas presentes começaram a se defender e a lutar contra os oficiais.
Que momento da sessão solene dos 50 anos de Stonewall! Ao lado de @danielamercury, sua companheira Malu Verçosa, @davidmirandario e demais ativistas. "Consideramos justa toda forma de amor!" ???? #OrgulhoLGBT #Pride pic.twitter.com/c5RhvVVYTf
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) 24 de junho de 2019
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