Escrito en
POLÍTICA
el
O Supremo Tribunal Federal (STF) terminou, nesta quinta-feira (13), julgamento de requerimento feito pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) e pelo partido Cidadania (antigo PPS) pelo enquadramento da homofobia e da transfobia no crime de racismo. Com a decisão o Brasil é o 43º país a criminalizar a homofobia.
Em comemoração a conquista, às vésperas da Parada LGBT de São Paulo, o Seminário da Aliança Nacional celebra também os 50 anos de Stonewall - foi uma série de manifestações violentas e espontâneas de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova York que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969 - e aponta os próximos passos na luta pelos direitos da população LGBTI+.
Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo
O seminário acontecerá no próximo sábado, a partir das 9h, no Hotel Pergamon, em São Paulo. O evento, que tem como ideia-força “celebrar nossas conquistas e resistir em tempos de ódio “ faz alusão ao tema da Parada do Orgulho LGBTI que acontece no domingo e também à decisão do Supremo Tribunal Federal do último dia 13 de junho, que decidiu reconhecer que a discriminação e violência contra população LGBTI se configuram como um tipo de “racismo social” e devem ser punidas.
Os ativistas analisam que, embora o cenário atual seja de avanço de ideias de extremistas, de retrocesso cultural e até mesmo de desmonte de direitos, com a mais recente decisão do STF, as principais reivindicações históricas do movimento LGBTI - do ponto de vista do reconhecimento de direitos e da proteção legal - foram atendidas.
A Suprema Corte brasileira já havia instituído o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, o direito à liberdade de identidade de gênero e a criminalização da homofobia/transfobia. Para o diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI, Toni Reis, a penalização da discriminação foi um “presente de aniversário de 50 anos de Stonewall e dos 40 anos de movimento LGBTI no Brasil”.
Por outro, lado há inúmeros desafios e será necessário renovar táticas, focos e atualizar as agendas, pactuando novas frentes de luta. Para Julian Rodrigues, do Conselho Consultivo da Aliança Nacional LGBTI+ “a luta cultural, a disputa de ideias na esfera pública, o enfrentamento à onda conservadora e a garantia de políticas públicas passarão a ocupar o centro da agenda do ativismo”.
Serviço:
Confira a programação do evento:
Seminário Aliança Nacional LGBTI na Parada do Orgulho LGBTI+ de São Paulo
São Paulo, 22 de junho 2019 (sábado)
Local: Pergamon Hotel Frei Caneca, Rua Frei Caneca 80, São Paulo-SP
50 anos de Stonewall
Celebrar nossas conquistas e resistir em tempos de ódio
9h - 13h
Coordenação: Irina Bacci, Coordenadora da Área Temática Direitos Humanos da Aliança Nacional LGBTI+
9h - Boas Vindas e Contextualização – Irina Bacci, Coordenadora da Área Temática Direitos Humanos da Aliança Nacional LGBTI+
Apresentação de Carta de São Paulo – Cláudio Nascimento, Coordenador da Área Temática Políticas Públicas da Aliança Nacional LGBTI+
9h15 - Apresentação - Toni Reis, Diretor Presidente da Aliança Nacional LGBTI+: Lançamento do Congresso Internacional LGBTI+ / Simpósio Acadêmico Internacional LGBTI+; IV Encontro Regional GayLatino; Congresso Nacional da Aliança Nacional LGBTI+; II Seminário de Empresas – networking, diversidade & inovação
10h – Contextualização dos Direitos LGBTI e Políticas Públicas na América Latina - Simon Casal, diretor executivo da rede regional GayLatino
10h20 - Parada SP 2019: 50 anos de Stonewall : Nelson Matias, conselheiro da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo
10h40 -Apresentação Aliança SP - Brunna Valin, integrante da Coordenação da Representação da Aliança Nacional LGBTI+ no Estado de São Paulo
11h - Conjuntura lutas LGBTI SP - Renata Peron, atriz, cantador e militante; Heloisa Alves , integrante da Coordenação da Representação da Aliança Nacional LGBTI+ no Estado de São Paulo;
11h 20- Avaliação das ações do governo federal no contexto da comunidade LGBTI+ - Julian Rodrigues, conselheiro da Aliança Nacional LGBTI+
11h45m - Debate
12h15 - Encerramento: Irina Bacci - sínteses e encaminhamentos