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POLÍTICA
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Após a queda do general Carlos Alberto dos Santos Cruz da secretaria de Governo na semana passada, Jair Bolsonaro indicou o também general Luiz Eduardo Ramos para o posto. Apesar do antecessor ter caído por pressões da ala olavista, Ramos é uma figura mais aberta e tem bom diálogo com partidos de oposição, como PT e PSOL - temidos pelos seguidores de Olavo de Carvalho.
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Segundo reportagem de Thais Arbex, Daniel Carvalho e Camila Mattoso, na edição desta segunda-feira (17) da Folha de S.Paulo, Ramos nunca escondeu que era aliado de Bolsonaro durante o período eleitoral. Visitou o presidenciável no hospital e fez postagens em defesa do amigo. Era tido como uma figura certa no governo e, de acordo com a reportagem, o presidente já traçava um espaço para Ramos há um tempo.
Em março, uma postura do agora secretário de Governo surpreendeu o PSL paulista. Ao promover um almoço sobre a reforma da Previdência no Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, o general convidou para um debate os deputados federais Arlindo Chinaglia (PT-SP), Ivan Valente (PSOL-SP) e Paulinho da Força (SD-SP).
Na conversa, Ramos destacou a relação próxima que mantém com a esquerda, falou da inexperiência de Bolsonaro na articulação política, do papel do vice-presidente Hamilton Mourão e sobre a questão da Venezuela. Sobre o país vizinho, discordou da posição de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que Nicolás Maduro deveria sair à força: "como profissionais da guerra, defendemos a paz".
À reportagem, Ivan Valente elogiou o general, destacando que ele é "aberto a ouvir" e que reconhece que o governo militar foi uma ditadura. No entanto, disse que recomendaria que o general não se aventurasse no governo: "se eu fosse ele, não iria para o ninho de cobras do bolsonarismo. Ficaria em São Paulo. Aqui o diálogo rola mais solto. Vou dizer isso a ele se me consultar".