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Após lançar o candidato mais rico entre os presidenciáveis em 2018, o Partido Novo contratou uma consultoria de seleção de executivos - conhecidas como "headhunters" - para caçar pessoas de "boa vida pessoal e financeira" para disputar prefeituras de São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte e Recife nas eleições 2020.
"O Novo busca empresários ou executivos de alto escalão (presidentes de empresas ou cargos de direção), com grande experiência administrativa. É desejável ter experiência com administração pública. O candidato à vaga tem de ter uma vida pessoal e financeira equacionada. Os interessados não poderão ser atraídos pela remuneração", disse Carlos Eduardo Altona, sócio da Exec, empresa contrata pela sigla, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo nesta quinta-feira (30).
Os candidatos têm de fazer inscrição no site do partido Novo. O nome passará por um primeiro filtro dos diretórios municipais e nacional e, depois, será encaminhado para a Exec dar continuidade ao processo de seleção. Ao passar para a segunda fase, cada candidato terá de desembolsar R$ 4 mil para continuar no processo.
Segundo analistas, atualmente há dificuldades para atrair gestores da iniciativa privada para o setor público, e um dos fatores para isso seria a remuneração.
O ex-presidenciável João Amoêdo, que não pretende concorrer, reconheceu que o setor público tem ineficiências de gestão, não remunera bem, mas há desafios em ser o gestor de uma cidade. “Um empresário ou executivo sabe fazer uma melhor realocação de recursos. Vamos trazer gente experiente, que saiba o que é responsabilidade fiscal e possa traçar um plano estratégico, garantindo uma boa gestão”, disse.
Linha auxiliar do Bolsonarismo
Com oito deputados federais, o Partido Novo é a sigla que tem mais alinhamento ideológico nas pautas econômicas do governo Jair Bolsonaro (PSL).
Linha auxiliar do Bolsonarismo, nas 17 propostas legislativas que passaram pelo plenário da Casa desde fevereiro, a bancada do Novo só contrariou o governo uma vez: ao apoiar a derrubada, em fevereiro, do decreto presidencial que ampliava o rol de funcionários aptos a impor sigilo a documentos públicos.
E o alinhamento não se deu apenas em temas econômicos. A convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, por 307 votos a 82,evidenciou a posição do Novo em defesa do governo numa pauta de teor mais político. O partido isolou-se ao lado do PSL, legenda de Bolsonaro, e do governo ao orientar seus parlamentares contra a convocação do titular da Educação. Todos os demais partidos ficaram a favor, o que provocou a mais expressiva derrota do Palácio do Planalto até agora na Câmara.
Elogiado por integrantes da equipe econômica, o líder da legenda na Câmara, Marcel Van Hattem (Novo-RS), se aproximou do clã Bolsonaro depois de se enturmar com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho “03” do presidente. Ele nega que o partido caminhe para virar base do governo.
“De forma nenhuma. O partido é independente, apoia projeto a projeto. É, até certo ponto, coincidência o fato de que estejamos votando com o governo, no sentido de que coincidem muitas das iniciativas com aquelas que o partido Novo defende”, afirmou Van Hattem, que, no domingo passado, esteve em manifestação no Rio Grande do Sul a favor do governo.
Com informações do jornal O Estado de S.Paulo