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Longe de ser um fato isolado, a restrição de espaços de atuação e cidadania ativa– ou encolhimento da sociedade civil, como tem sido chamado - é um fenômeno global replicado em diferentes países. É o que afirma a cientista política, Barbara Unmussig, presidente mundial da Fundação Heinrich Böll.
Barbara estará no Brasil entre os dias 27 de maio e 03 de junho para uma série de atividades e encontros com organizações da sociedade civil, ativistas, autoridades e parlamentares nas cidades do Rio de Janeiro, Brasília e Belém. Dentre os compromissos, além dos eventos públicos no Rio, está um encontro com o embaixador alemão no Brasil, Georg Witschel.
Autora de diversos estudos e artigos sobre o tema, Barbara acompanha de perto há muitos anos a experiência de países europeus e asiáticos que têm seguido este caminho, como Hungria, Itália, Turquia, Índia e Rússia.
Ela aponta que esta restrição acontece a partir de ataques a princípios básicos do Estado de Direito, como justiça e imprensa independentes, sociedade civil ativa e crítica e instituições fortes e representativas, além de campanhas de ódio a minorias e repressão a manifestações.
Estas ações abarcam desde medidas jurídicas e administrativas repressivas – que vão de exigências burocráticas e censura a campanhas de difamação e ameaças públicas. Em determinados casos, a perseguição a lideranças e ativistas chegam a situações extremas, como assassinatos de defensores de direitos humanos.
Barbara deverá encontrar os parceiros da Fundação Heinrich Böll no Brasil e ter uma compreensão mais próxima da conjuntura do País – que é campeão de assassinatos de defensores de direitos humanos no mundo e cujo presidente é alinhado com lideranças mundiais de extrema direita, como Donald Trump, dos Estados Unidos.
“Esta política de enfraquecimento da sociedade civil abarca também o continente latino-americano, que com o governo atual brasileiro atinge um novo clímax”, analisa Barbara.
Um dos objetivos da Fundação presidida mundialmente por Barbara é o apoio e a promoção de processos de democratização, o que pressupõe uma sociedade civil forte e atuante. Para isso, apoia projetos em 60 países e mantêm escritórios em 33 no mundo, incluindo o Brasil – onde apoia mais de 20 organizações e movimentos sociais em áreas como segurança pública, direitos humanos, direitos das mulheres, justiça ambiental e direito à cidade.
Barbara participará de dois eventos abertos no Rio de Janeiro nos dias 29 e 30 de maio:
Roda de conversa
Desafios globais em tempos de conservadorismo e intolerância
Participantes:
Valdecir Nascimento – Articulação de Mulheres Negras Brasileiras/Instituto Odara
Bárbara Unmüßig – FundaçãoHeinrich Böll
Jesse Levine - ScholarsatRisk
Moderação:
Bruno Torturra – jornalista do Estúdio Fluxo e editor-chefe do Greg News
Data: 29 de Maio de 2019
Hora: Das 18 às 20horas
Local: Brics Policy Center
Endereço: Rua Dona Mariana, 63 – Botafogo – Rio de Janeiro
Conferência de abertura
Semana de Relações Internacionais PUC-Rio
Controle das Resistências, Encolhimento dos Espaços de Participação e Crise da Democracia
Barbara Unmussig - Presidente mundial da Fundação Heinrich Böll
Data: 30 de Maio de 2019
Hora: Das 9h15 às 10h40
Local: PUC-Rio (Auditório do RDC)
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 225 – Gávea – Rio de Janeiro