Escrito en
POLÍTICA
el
O porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros, informou no início da tarde desta terça-feira (21) à agência Reuters que o presidente Jair Bolsonaro decidiu não participar das manifestações no dia 26. Convocados pelas redes sociais, os atos visam fazer frente aos protestos do setor popular contra o governo e em defesa da educação e demonstrar apoio ao capitão da reserva, que vem perdendo cada vez mais prestígio no Congresso e nas ruas.
Bolsonaro chegou a cogitar participar das mobilizações, que têm entre suas principais reivindicações o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, endossando os ataques do presidente à "classe política". O capitão da reserva, no entanto, desistiu de comparecer às manifestações diante da pressão de aliados. Ele também recomendou que seus ministros não apareçam nos protestos.
O radicalismo e a ameaça de ruptura que vêm pautando as convocações dos atos pró-Bolsonaro racharam a base aliada do governo e quadros do PSL. O senador Major Olímpio (PSL-SP), por exemplo, apoia as manifestações e já confirmou que comparecerá no ato de São Paulo. Já a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), recordista de votação em seu partido, fez duras críticas às manifestações e ao susposto apoio do presidente aos atos.
Até mesmo o Movimento Brasil Livre (MBL), que capitaneou manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff e que ajudou na eleição de Bolsonaro, agora está em guerra com o presidente.
A falta de sintonia dentro da direita, no entanto, ganha contornos ainda mais graves na medida que os filhos de Bolsonaro, especialmente Carlos e Eduardo, demonstram apoio às manifestações.
Para o cientista político Leonel Cupertino, os atos do dia 26 servirão como um termômetro no sentido de mostrar quais vão ser os próximos passos de Bolsonaro, cada dia mais na “corda bamba” por conta de sua falta de base política e partidária, além do crescimento da insatisfação popular. Saiba mais aqui.