Militares do Exército que fuzilaram carro de família com 80 tiros no RJ teriam se enganado, diz delegado

Militares teriam confundido carro da família com o de assaltantes. Músico e segurança, Evaldo dos Santos Rosa morreu na hora. No carro, estavam ainda o sogro, que foi baleado, a esposa, o filho, de 7 anos, e uma outra mulher. Uma pedestre que tentou ajudar também foi baleado

Militares do Exército dispararam 80 tiros contra carro. Músico e segurança, Evaldo (detalhe) morreu na hora. (Reprodução)
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Reportagem do portal G1 nesta segunda-feira (8) informa que o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, disse neste domingo (7) que "tudo indica" que os militares do Exército que mataram Evaldo dos Santos Rosa em uma ação em Guadalupe, Zona Oeste do Rio, atiraram ao confundirem o carro com o de assaltantes. Leia também: Homens do Exército atiram em carro com família e matam motorista no RJ; veja sequência de vídeos O carro de uma família foi atingido por mais de 80 disparos, segundo perícia realizada pela Polícia Civil. Cinco pessoas estavam no carro e iam para um chá de bebê: pai, mãe, uma criança de 7 anos, o sogro e uma mulher. Os militares envolvidos no caso foram ouvidos, segundo a Polícia Civil, pelo próprio Exército — que entendeu que a investigação deveria ser militar. A Polícia Civil, no entanto, vê indícios para prisão em flagrante. O jornalista André Caramante, em seu Twitter, revelou a ação dos militares em um sequência de vídeos gravados por moradores. Nas imagens, é possível ouvir disparos e, logo depois, o carro da família parado, com o motorista assassinado em seu interior. Evaldo, de 51 anos, morreu na hora. Ele era músico e segurança O sogro dele, Sérgio, foi baleado e hospitalizado. A esposa, o filho de 7 anos e uma amiga não se feriram. Um pedestre que passava no local também ficou ferido ao tentar ajudar. Logo após a morte, o Comando Militar do Leste (CML) negou que tenha atirado contra uma família e disse que respondeu a uma "injusta agressão" de "assaltantes". À noite, em outra nota, informou que o caso estava sendo investigado pela Polícia Judiciária Militar com a supervisão do Ministério Público Militar. Uma amiga da família, que estava dentro do carro, contestou a versão do Exército e disse que os militares não fizeram nenhuma sinalização antes de abrir fogo contra o veículo.