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Demitidos do Ministério da Educação (MEC) em meio à guerra de poder entre Olavo de Carvalho e a ala militar do governo Jair Bolsonaro, apadrinhados do astrólogo e guru ideológico do presidente estão sendo acomodados na TV Escola. A emissora é financiada pela pasta e já contratou ao menos três “olavetes”, como são chamados os seguidores do autoproclamado filósofo de direita. As informações são de reportagem de Renata Mariz, para O Globo desta sexta-feira (05).Depois de exonerados, foram contratados pela emissora Tiago Tondinelli, ex-chefe de gabinete do ministro Ricardo Vélez Rodríguez; Eduardo Freire de Melo, ex-adjunto do cargo de secretário-executivo; e Rodrigo de Almeida Morais, ex-assessor da pasta. A expectativa é de que o mais novo demitido do MEC, Bruno Meirelles Garschagen, também seja “absorvido” pela TV Escola após perder o cargo na última quinta-feira (04). Relatos de servidores do ministério atestam constrangimentos causados pelos discípulos de Olavo de Carvalho. Tondinelli, por exemplo, propagava teorias conspiratórias e defendia a criação de um setor de inteligência na pasta. As contratações são justificadas pela TV Escola pela necessidade criada a partir de uma “reestruturação do canal e da programação” em andamento. O canal é gerido pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto, organização social que, em 2018, recebeu R$ 92,6 milhões dos cofres públicos federais. Para além do cabide político na emissora, a dança das cadeiras que prossegue no MEC atesta o enfraquecimento do ministro Ricardo Vélez Rodíguez, também indicado a Bolsonaro por Olavo de Carvalho. As exonerações e recuos na pasta já ultrapassam a marca de duas dezenas.