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Na noite deste sábado (13), após a péssima repercussão de suas declarações sobre o Holocausto, o presidente Jair Bolsonaro enviou um mensagem à embaixada israelense no Brasil em que tenta se retratar.
"Deixei escrito no livro de visitantes do Memorial do Holocausto em Jerusalém: 'AQUELE QUE ESQUECE SEU PASSADO ESTÁ CONDENADO A NÃO TER FUTURO'. Portanto, qualquer outra interpretação só interessa a quem quer me afastar dos amigos judeus. Já o perdão, é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto, onde milhões de inocentes foram mortos num cruel genocídio", diz a mensagem.
Na sexta-feira, em um evento com evagélicos, o capitão da reserva afirmou que é possível perdoar o Holocausto, mas não esquecê-lo.
Para muitos, a declaração do presidente brasileiro minimiza o genocídio de mais de 6 milhões de judeus promovido pelos nazistas. Tanto é que sua mensagem foi motivada pela retaliação do Museu do Holocausto em Israel à sua fala sobre o assunt. “Não é direito de nenhuma pessoa determinar se crimes hediondos do Holocausto podem ser perdoados”, diz a nota do museu", diz nota divulgada pelo memorial.
Até mesmo o presidente israelense se pronunciou sobre o assunto. “Nós sempre iremos nos opor a aqueles que negam a verdade ou aos que desejam expurgar nossa memória —nem indivíduos ou grupos, nem líderes de partidos ou premiês. Nós nunca vamos perdoar nem esquecer”, escreveu, em seu Twitter, Reven Rivlin.
Nazismo de esquerda
A fala de Bolsonaro sobre o Holocausto veio apenas dez dias após a visita que fez ao Museu que hoje o rebateu. Logo após conhecer o local, o presidente brasileiro reafirmou que o nazismo foi um movimento de esquerda.
A posição do capitão da reserva gerou revolta entre judeus, entidades judaicas e defensores dos direitos humanos ao redor do mundo.
Em entrevista à Fórum, um historiador alemão falou sobre como esse tipo de retórica sobre o nazismo de Bolsonaro repercute em seu país. Confira aqui.