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O Estadão, pelo blog de Renata Cardoso, informa que, nesta sexta-feira (29), após uma semana de vacância no cargo, Jair Bolsonaro escalou o terceiro nome em três meses para ocupar a Secretaria Executiva do Ministério da Educação (MEC). Trata-se do tenente brigadeiro Ricardo Machado Vieira.
Em tese, o militar será o “número 2” da pasta de maior orçamento do governo. O peso simbólico da nomeação, porém, é ainda maior, em razão da fragilidade no comando do ministro Ricardo Vélez Rodríguez.
Fontes apontam que o militar pode assumir o MEC interinamente até que o governo encontre um novo nome definitivo para o posto. Há ainda as chances de que o colombiano, naturalizado brasileiro, siga no cargo, mas com ainda menos poderes de decisão.
Sinal disso é que duas de suas mais recentes indicações para a Secretaria Executiva teriam sido desautorizadas pelo governo.
O escolhido Machado Vieira já vinha atuando na Educação – era chefe de gabinete no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O tenente brigadeiro também já foi chefe do Estado-Maior da Aeronáutica e secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa.
“Homem forte no círculo militar”, amigo de general Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e contemporâneo do vice-presidente, General Mourão, Machado Vieira assume com o objetivo de organizar a casa e atrair educadores, ao combater as influências do guru ideológico do clã Bolsonaro no MEC, o astrólogo Olavo de Carvalho - que chegou a comemorar vitória sobre militares.
Os chamados olavetes e a ala militar do governo travam disputa pelo comando da Educação no governo Bolsonaro.
A guerra se traduziu no troca-troca de cargos indicados pelos dois grupos. Indicado por Carvalho, Vélez se enfraqueceu, foi publicamente criticado por auxiliares demitidos e teve a renúncia pedida por parlamentares durante sua participação na reunião da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (27).
Os cargos vagos no MEC têm causado paralisia na pasta. Até agora, foram 15 demissões de alto e segundo escalão – fato agravado por medidas polêmicas e recuos do ministro.
A demissão do ministro chegou a ser divulgada, mas foi desmintida por Jair Bolsonaro.
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