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Intervenção da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL/SP) fez o ministro das Relações Exteriores gaguejar ao não conseguir explicar, em audiência pública na Câmara Federal nesta quarta-feira (28), por qual razões o Brasil se opôs a incluir menções sobre a universalização de serviços de saúde reprodutiva e sexual, no mais importante evento da ONU dedicado a discutir direitos das mulheres. Presidente da Comissão de Relações Exteriores e diplomata "informal" do governo, Eduardo Bolsonaro (PSL/RJ) teve de sair em defesa do chanceler.
A parlamentar insistiu, por duas vezes, para que seu questionamento fosse efetivamente respondido, após o chanceler dizer que a proposta rejeitada pelo País continha, “no contrabando, a promoção do aborto – coisa que é contra a legislação brasileira”.
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Diante da posição de Ernesto Araújo, Sâmia Bomfim deu uma aula ao dizer que “a ONU não faz promoção do aborto”, para o qual o Brasil já possui legislação específica.
“Novamente: direitos sexuais e reprodutivos são uma área bastante ampla. (...) Tem todos os outros temas, para os quais o senhor está se negando a aceitaras recomendações a nível internacional”, apontou a deputada.
Após a negativa do ministro, Sâmia reiterou a pergunta e listou todos os outros pontos contra os quais o governo Bolsonaro ao se opor à ONU: planejamento familiar, gravidez na adolescência, mortalidade materna, acesso a contraceptivos, combate a proliferação de DSTs, entre outros.
Constrangido, Ernesto Araújo alegou que já havia respondido a questão. “O senhor está equivocado”, rebateu a parlamentar. Eduardo Bolsonaro tentou jogar panos quentes: “A audiência pública não dispõe a ter esse tipo de situação”.
Ainda assim, o chanceler seguiu balbuciando, na tentativa de se justificar, dizendo que a discussão na ONU em nada tem a ver com a da violência contra a mulher.
“Novamente, o senhor está equivocado”, encerrou Sâmia.
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