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Acusada pela avó, em entrevista à revista Época, de levar sem autorização a menina Kajutiti Lulu Kamayurá, então com seis anos de idade, da aldeia, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, publicou uma foto em seu Twitter na madrugada desta terça-feira (5) com um casal de indígenas que seriam os pais da garota.
"Os pais de minha filha me fizeram uma surpresa hoje no Ministério. Eu estava com saudades! É sempre uma festa nossos encontros. Hoje tenho beiju garantido na casa do irmão da Lulu que mora em Brasília. Agora entenda o motivo da tal revista não ter entrevistado parentes da Lulu", afirma a ministra na publicação.
Na reportagem, liberada pela revista Época na internet após vazamento da capa da próxima edição, a avó de Lulu conta que, aos 6 anos de idade, Lulu teria sido levada por Damares da aldeia de forma irregular sob pretexto de fazer um tratamento dentário na cidade e nunca mais voltou.
Indígenas contam que Damares e Márcia Suzuki, amiga e braço direito da ministra, se apresentaram como missionárias na aldeia. “Chorei, e Lulu estava chorando também por deixar a avó. Márcia levou na marra. Disse que ia mandar de volta, que quando entrasse de férias ia mandar aqui. Cadê?”, diz a avô da garota. Questionada se sabia, no momento da partida de Lulu, que ela não mais retornaria, foi direta: “Nunca”.
Em nota no site do Ministério , Damares Alves diz que considera Lulu Kamayurá “uma filha”, que a menina (hoje com 20 anos) “não foi arrancada dos braços dos familiares” e reclama de “tamanha exposição” diante da repercussão da reportagem.
“Ela saiu com total anuência de todos e acompanhada de tios, primos e irmãos para tratamento ortodôntico, de processo de desnutrição e desidratação. Também veio a Brasília estudar”, disse.
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