Na Amazônia, ministro do meio ambiente visita indígenas que arrendam terra para plantio de transgênicos

Plantação de milho e soja seria fruto de acordo, segundo governo Bolsonaro, mas ex-presidente do Ibama nega qualquer tratativa em terras arrendadas por ruralistas

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, em aldeia dos Parecis (Reprodução)
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, em aldeia dos Parecis (Reprodução)
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Na primeira viagem à Amazônia Legal, nesta quarta-feira (13), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, visitou a Terra Indígena Utiariti, no noroeste de Mato Grosso, onde produtores rurais brancos plantam soja e milho transgênicos mediante o pagamento de uma porcentagem da safra à etnia pareci, segundo investigação do Ibama realizada no ano passado. Salles estava acompanhado da colega Tereza Cristina (Agricultura). Em nota no site, o ministério da Agricultura afirmou que os parecis plantaram cerca de 18 mil hectares para a safra 2018/19, graças a um suposto acordo celebrado entre Ministério Público Federal, Ibama e Funai. Segundo reportagem de Fabiano Maisonave, na edição desta quinta-feira (14) da Folha de S.Paulo, a ex-presidente do Ibama na gestão Michel Temer (MDB), Suely Araújo, nega o acordo. "O Ibama não firmou nenhum acordo sobre o plantio nas terras indígenas Paresi, Rio Formoso, Tirecatinga, Utiariti, Manoki e Uirapuru antes ou após as autuações e embargos realizados em 2018”, disse à Folha. Pelo Twitter, os ministros comemoraram a visita. "Estivemos hoje na Festa da Colheita dos índios parecis, que plantam e produzem com muita competência, demonstrando que podem se integrar ao agro sem perder suas origens e tradições”, escreveu Salles. “Quando eu entrei na estrada aqui, eu logo vi na entrada duas ocas e um barracão de máquinas. Esse é o símbolo! Vocês podem cultivar a cultura, mas também cultivam a tecnologia, a prosperidade”, declarou Tereza Cristina, em um dos tuítes divulgados pelo Ministério da Agricultura.
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