Ação penal contra Januário: MPF abre processo por propina paga a procurador da Lava Jato

Mensagens de doleiro descrevem um esquema de pagamento mensal de propina a Januário. Investigação é a primeira que tem como alvo um procurador da Lava Jato em Curitiba

Deltan Dallagnol e Januario Paludo | Reprodução
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O Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma investigação para apurar suspeitas de pagamentos de propina ao procurador Januário Paludo. Investigação acontece no âmbito do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e é a primeira que tem como alvo um procurador da Operação Lava Jato em Curitiba. A apuração partiu de um relatório da Polícia Federal, de outubro, sobre mensagens trocadas entre Dario Messer, conhecido como "o doleiro dos doleiros", e sua namorada, Myra Athayde. Os diálogos, que citam uma suposta propina paga a Paludo em troca de proteção, foi enviado à PGR (Procuradoria-Geral da República). Ao mesmo tempo, a Corregedoria do Ministério Público Federal também instaurou uma sindicância para apurar as mesmas suspeitas do ponto de vista ético-disciplinar. Os diálogos de Messer com a namorada ocorrem em agosto de 2018 e descrevem um esquema de pagamento mensal de propina ao procurador, que dá nome ao grupo de Telegram – Filhos de Januário – da força-tarefa, como revelado pela série de reportagens da Vaza Jato. Na conversa, Messer fala sobre os processos a que responde e cita reunião de uma das testemunhas de acusação contra ele com o procurador. “Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês”.