Delação sobre corrupção em empresas de ônibus no Rio atinge Crivella e Paes

Vereadores, deputados, governadores e desembargadores também são citados na delação do ex-presidente da federação de ônibus do Rio

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A delação premiada do ex-presidente da federação de empresas de ônibus do Rio de Janeiro (Fetranspor), Lélis Teixeira, atinge deputados, desembargados e prefeitos da cidade. Marcelo Crivella e seu antecessor, Eduardo Paes, aparecem como dois dos beneficiários do esquema de corrupção envolvendo caixa dois e propina na federação de ônibus. O acordo entre Lélis Teixeira com o Ministério Público Federal (MPF) foi assinado em fevereiro. A delação do ex-executivo trouxe detalhes sobre o pagamento de propinas para autoridades estaduais do Rio ao longo dos anos, episódio que ficou conhecido como "caixinha da Fetranspor". O início das delações sobre corrupção na empresa se iniciou com o antigo operador financeiro da Fetranspor, Álvaro Novis. Ele começou a contar detalhes do esquema em 2017 e seus depoimentos deram origem à Operação Ponto Final, que mirou os maiores empresários do setor no Rio. Estima-se em R$ 500 milhões o total repassado a empresários de 2010 a 2016. Em nova leva de delações, Teixeira cita o pagamento de propina a um perito do Tribunal de Justiça, suspeito de fraudar laudos em favor das empresas de ônibus, e um desembargador. Ainda, pelo menos 13 vereadores e ex-vereadores recebiam verba da "caixinha da Fetranspor". Além destes, três conselheiros do TCM-RJ estão envolvidos no esquema, quando relatavam processos de interesse do setor. O promotor Flávio Bonazza também acabou preso a partir do depoimento de Teixeira, que revelou o repasse de uma mesada de R$ 60 mil para evitar investigações contra a empresa. Três ex-governadores do Rio também são citados: Anthony Garotinho, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Por fim, Teixeira menciona o envolvimento de deputados estaduais e conselheiros afastados do TCE-RJ.