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Em conversa com o jornalista Nacho Lemus, da TeleSUR, o ex-presidente Lula comentou sobre as manifestações de Junho de 2013 e apontou que elas estão entre as principais responsáveis pela disseminação do ódio no país e no impeachment da ex-presidenta Dilma. O ex-presidente ainda disse acreditar que os Estados Unidos podem ter sido responsáveis por promover os movimentos de Junho.
"As manifestações de 2013 foram feitas já fazendo parte do golpe contra o PT. Elas já foram articuladas para garantir o golpe. Elas não tinham reivindicações específicas. As manifestações começaram como parte do golpe, incentivadas pela mídia brasileira e incentivadas, acho que inclusive, de fora para dentro. Eu acho já que teve o braço dos Estados Unidos nas manifestações do Brasil", disse Lula ao ser questionado sobre as manifestações contra o neoliberalismo que sacudiram Chile, Colômbia e Equador no fim de 2019. "A diferença é que essas manifestações são feitas para conquistar direitos", disse.
Segundo o ex-presidente, o ódio tomou conta do Brasil e o povo "está perdendo o direito de sonhar". "Lamentavelmente o ódio tomou conta desse país, um ódio disseminado sobretudo pelos meios de comunicação, a partir do governo do PT e mais, a partir de 2013 quando teve uma manifestação em Julho de 2013 e, depois no Impeachment da Dilma. Tudo isso gerou na eleição do Bolsonaro. A negação da política, o ódio a politica, o ódio ao sindicato, o ódio à organização dos trabalhadores, o ódio à esquerda", declarou.
Para Lula, os principais desafios que devem ser enfrentados na América Latina são a recuperação do campo da esquerda e o combate ao neoliberalismo. O ex-presidente ainda avaliou que a região viveu o seu momento "mais extraordinário" de democracia e direitos nos anos 2000, quando diversos governos progressistas estiveram à frente dos países da região, e pregou a integração latino-americana.
"Eu vou lutar. Eu vou lutar até os últimos dias da minha vida para que esse país recupere a soberania e para que a gente construa o velho sonho de Bolívar de construir uma grande América Latina. Um bloco econômico forte capaz de gerar desenvolvimento, capaz de competir com os EUA, com a Europa, com a China, com autonomia, respeito e autodeterminação", finalizou o ex-presidente.