Presidido por bolsonarista, Instituto Aço Brasil diz que recebeu com "perplexidade" retaliação de Trump

Presidido pelo presidente da Usiminas, Sergio Leite de Andrade, entidade que agrega produtores de aço confirmou que houve retaliação e que decisão deve prejudicar "a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas"

Sergio Leite de Andrade, do Instituto Aço Brasil, ao lado esquerdo de Bolsonaro durante a campanha eleitoral (Reprodução)
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Presidido pelo presidente da Usiminas, Sergio Leite de Andrade, o Instituto Aço Brasil - antigo Instituto Brasileiro de Siderurgia - divulgou nota nesta segunda-feira (2) dizendo que "recebe com perplexidade a decisão anunciada hoje (02) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina". Andrade é um dos 10 empresários, que representam 32% do PIB, que divulgaram um manifesto de apoio a Jair Bolsonaro antes do segundo turno das eleições em 2018. “Eu falei com o Paulo Guedes e ele é a pessoa que está conduzindo isso tudo. Eu estou muito esperançoso com as propostas dele e a gente tem um pacote de medidas que não traga mais sofrimento a ninguém", disse Bolsonaro à época ao empresário, que representou justamente o Instituto Aço Brasil. Nesta segunda-feira (2), o instituto confirmou que o que houve por parte dos Estados Unidos foi uma "retaliação" diante da desvalorização do real frente ao dólar. "O Instituto Aço Brasil reforça que o câmbio no País é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real e a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de “compensar” o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países", diz o texto. Leia a nota na íntegra O Instituto Aço Brasil recebe com perplexidade a decisão anunciada hoje (02) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina, sob o argumento de que estes países têm liderado uma desvalorização maciça de suas moedas, e que isso não é bom para os agricultores dos EUA. O Instituto Aço Brasil reforça que o câmbio no País é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real e a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de “compensar” o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países. Por último, tal decisão acaba por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas.