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Cobrindo os fatos com uma nuvem de fumaça, a equipe de Jair Bolsonaro culpa a eleição nos EUA, que acontece apenas em 2020, pela retaliação anunciada pelo Twitter por Donald Trump, retomando as tarifas sobre o aço e o alumínio brasileiros frente à desvalorização "maciça" do real em relação ao dólar promovida pelo governo brasileiro.
Segundo informações do blog de Valdo Cruz, no G1 nesta segunda-feira (2), a avaliação da equipe de Bolsonaro é que Trump precisa dar uma resposta a seu eleitorado visando garantir sua permanência da Casa Branca.
Os assessores alegam que o governo não tem tomado nenhuma medida "artificial" para elevar o preço do dólar, ignorando as declarações sobre o AI-5 feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que ajudou na disparada da moeda americana.
No dia seguinte à declaração do ministro, na quarta-feira (27), o dólar beirou os R$ 4,27, quando o Banco Central fez uma intervenção, vendendo parte das reservas. Entre os emergentes, o real foi a quarta moeda que mais desvalorizou, atrás dos pesos colombiano, chileno e argentino.
Guedes ainda declarou que Brasil deveria se acostumar com um valor do dólar mais elevado num momento de combate ao desequilíbrio fiscal e juros em queda no país, o que teria contribuído para manter a tendência de alta.
Segundo os assessores,o governo chegou até mesmo a fazer intervenções, vendendo reservas, para conter a alta do dólar. “Não estamos adotando nenhuma medida artificial para elevar o dólar, é uma questão conjuntural no Brasil e na América do Sul”, teria dito um dos assessores de Bolsonaro.
Ex-ministro e atual secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (2) que a declaração de Guedes sobre o AI-5 gera insegurança e inibe investimentos no Brasil.
"Olha, não há dúvida. Muitos investidores me dizem que ficaram preocupados com isso. "Quer dizer que o Brasil está tendo problemas e pode ter que recorrer a medidas extraordinárias? O Brasil pode ter uma crise bem maior do que o Chile teve? O que está acontecendo pode justificar uma situação dessa?", disse Guedes, indagado sobre a fala do atual ministro da Economia.