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A decisão de fechar a TV Escola e de suspender o contrato com a Associação Roquette Pinto (Acerp), responsável pelo conteúdo do canal, levantou suspeitas e críticas até mesmo entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Apesar de ser alinhada à política educacional do governo, a Acerp questionou, em nota divulgada no sábado (14), os dados utilizados pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, para justificar o fechamento da emissora.
"O MEC misturou números para confundir o povo brasileiro", acusa a Roquette Pinto. "A proposta de um novo contrato com a ACERP previa um investimento ao redor de R$ 70 milhões por ano na TV Escola, muito próximo do valor previsto para 2019, quantia essa que compromete apenas 0,06% do orçamento do MEC previsto para este ano, segundo o Portal da Transparência", continua.
"Os conselheiros do Ministério, em uma reunião no mês de novembro, votaram a favor da renovação com esse mesmo valor", acrescenta a associação, que ainda afirmou: "Importante destacar que o MEC, com orçamento de R$ 148 bilhões, lança, no início de dezembro, o programa de Literacia Familiar, uma das principais e únicas entregas da equipe ministerial atual. A produção dos vídeos foi feita pela TV ESCOLA, sem custo extra ao ministério, o que é mais uma vantagem do modelo de Organização Social". O ministro, no entanto, alegou nas redes sociais que o valor de R$ 70 milhões por ano só seria obtido se o contrato com a Roquette Pinto fosse reduzido pela metade.
O fim da parceria com a associação acontece pouco mais de uma semana depois que o canal, cuja frequência é de propriedade do MEC, começou a transmitir programas do Brasil Paralelo, produtora que tem como diretriz as ideias do guru Olavo de Carvalho.