Antes de sua prisão, Messer chegou a tentar uma investida judicial contra a ex-secretária e conseguiu que ela fosse processada por promotores do Rio sob acusação de estelionato, apropriação indébita e extorsão. Ela tinha iniciado um processo na Justiça do Trabalho contra ele em 2014, exigindo-lhe cerca de um milhão de reais para que encerrasse o processo e, assim, não denunciasse seus crimes a Paludo. No entanto, sem o pagamento, o doleiro foi denunciado naquele ano à Lava Jato de Curitiba.
Chama a atenção o fato da ex-auxiliar ter utilizado o nome de Paludo sem grandes explicações. Em depoimento à 25ª Vara Criminal do Rio em 10 de maio de 2017, Messer afirma: “Teve um dia que meu advogado foi no escritório do advogado dela. Ia tentar fechar um acordo. Aí, segundo o meu representante, o advogado escreveu as exigências dela... se não, reunião com Paludo”. Ele então acrescenta: “Não só foi grave ameaça como ela concretizou. Na verdade, Paludo era Januário Paludo, da força-tarefa da Lava Jato, que veio desde a época do Banestado. Ela preparou um dossiê falso sobre mim, que ela entregou em Curitiba pra procuradoria. Não sei se foi direto com esse Paludo ou não”.A força-tarefa de Curitiba informou que Paludo jamais teve qualquer contato pessoal com o doleiro Dario Messer e que “refuta veementemente as falsas imputações” de que recebeu propina dele. Procuradores da Lava Jato do Rio agora investigam se existiu uma rede oficial de proteção ao doleiro.