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Em sua coluna no Estadão, nesta terça-feira (5), Eliane Cantanhêde comenta sobre a queda do general de quatro estrelas, Maynard Santa Rosa, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).
Segundo ela “tão preparado quanto querido entre os colegas de farda”, Santa Rosa teria caído por pressão de Olavo de Carvalho: “entre um general de primeiríssima linha e um guru de quinta, o presidente optou pelo guru”, afirma.
Cantanhêde aponta que os militares estão “perplexos” com a sucessão de quedas de seus pares no governo. Também deixaram o governo “os generais Jesus Corrêa (Incra), Juarez Cunha (Correios), Franklimberg de Freitas (Funai), um atrás do outro, sem que se ouvisse um pio da Defesa, do Exército, muito menos da Marinha e da Aeronáutica, primas pobres e com baixa representação no governo”, lembra a jornalista.
Ela afirma que “o silêncio, porém, não pode ser confundido com amém, concordância, aplauso. Muito pelo contrário”.
Cantanhêde lembra também a declaração do deputado Rodrigo Maia sobre o general Augusto Heleno de que ele teria “virado um auxiliar do radicalismo do Olavo de Carvalho. É uma pena que um general da qualidade dele tenha caminhado nessa linha”, aponta o presidente da Câmara. “O chefe do GSI, muito querido entre os colegas, nem imagina quantos deles podem estar pensando assim”, especula a jornalista.
“Nesse clima”, aponta Cantanhêde, “o presidente da República poderá cometer um grande erro se emprestar o nome, a força do cargo e o capital eleitoral para um tal Partido Militar Brasileiro. É o fim da picada. Só vai reforçar a sensação, que começa a se espraiar entre os militares, de que Bolsonaro está fazendo uso político de uma das marcas de maior credibilidade no Brasil: a marca Forças Armadas”, encerra.