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Conhecido de longa data do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e um dos primeiros delatores da Lava Jato, o ex-doleiro Alberto Youssef voltou às operações com dólar, desta vez no mercado financeiro, após passar 3 anos preso por corrupção e lavagem de dinheiro. As informações são de Maria Luíza Filgueiras e André Guilherme Vieira, no jornal Valor Econômico desta quarta-feira (5).
Youssef foi um dos primeiros a iniciar a série de delações da Lava Jato em 2014. Uma década antes, o ex-doleiro também já havia contribuído com delações com outra investigação da alçada de Sergio Moro, o caso Banestado.
Em depoimento à juíza Gabriela Hardt em novembro do ano passado, o ex-presidente Lula despertou a ira da magistrada ao se referir a Youssef como "amigo" de Moro. “Eu não sei por que cargas d’água, no caso Petrobras, houve essa questão de jogar suspeita sobre indicações de pessoas. É triste, mas é assim. Possivelmente, por conta de que o delator principal é o (Alberto) Youssef, que era amigo do Moro desde o caso do Banestado (Banco do Estado do Paraná). É isso, lamentavelmente é isso”, disse Lula, na ocasião.
A juíza substituta saiu, então, em defesa do mentor, se dirigindo ao advogado de Lula, Cristiano Zanin.
“Doutor, por favor. Ele não vai fazer acusações sobre meu colega aqui”, disse. Lula respondeu que não estava fazendo acusações, mas “constatando um fato”. “Não é um fato, porque o Moro não é amigo do Youssef e nunca foi”, rebateu Gabriela. “Mas manteve ele (Youssef) sob vigilância oito anos”, continuou Lula, em um dos muitos momentos de bate-boca entre os dois.
Segundo a reportagem do Valor Econômico, a partir de um apartamento de 40 metros quadrados, na Vila Nova Conceição, na capital paulista, Youssef comanda operações de duas corretoras paulistas, onde opera minicontratos em dólar.
Para voltar à ativa, Youssef teria montado uma carteira de investimentos com R$ 30 mil, dinheiro que tomou emprestado de uma das suas filhas.