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POLÍTICA
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A política econômica neoliberal não se elege pelo voto e não se sustenta no Estado Democrático de Direito - nem em qualquer simulação que chegue perto disso. Isso não é novidade para ninguém. Muito menos pelos doutrinados de Milton Friedman.
Nos anos 70, foi necessário se implantar uma ditadura sangrenta sob a batuta do general Augusto Pinochet, que deixou mais de 3 mil mortos, milhares de presos e 200 mil exilados, para que o laboratório neoliberal transformasse o Chile na "Suíça da América Latina", como já definiu Paulo Guedes.
Nos anos 90, o neoliberalismo trocou o verde oliva pelo terno e gravata e buscou numa pretensa superioridade intelectual eleger governos, como o de FHC no Brasil, para continuar a espoliação na América Latina. A falácia neoliberal não se sustentou e abriu espaço para governos progressistas no Brasil e na América Latina.
Governos progressistas eleitos sob o crivo do sistema financeiro internacional - lembram-se da Carta ao Povo Brasileiro, de Lula, em 2002? - que nunca limitaram ou taxaram os exorbitantes lucros da elite, tampouco acabaram com algum tipo de privilégio que sempre imperou nas castas superiores. Mesmo distribuindo um pouco mais de renda e reduzindo parcamente a desigualdade social.
A sanha pela acumulação do capital, no entanto, não admite perder nada. Nem mesmo migalhas. E iniciou nos últimos anos um levante fascista para implantar à força as medidas neoliberais e usurpar o que resta das riquezas na América Latina.
Junto a isso, fomentou o ódio discriminatório contra qualquer coisa que fuja daquilo que consideram os valores da "tradição ocidental judaico-cristã", taxando de terrorista desde indígenas a adversários políticos do campo progressista.
Agora é preciso uma licença para das ares de legalidade ao extermínio - que já ocorre na Bolívia, no Chile e que teve início hoje na Colômbia. E Bolsonaro, com seu excludente de ilicitude em operações para Garantia da Lei e da Ordem (GLO), dá as diretrizes para se instituir a matança como política de Estado. Um novo AI-5 a ser seguido pelos seus pares na América Latina.