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POLÍTICA
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Jair Bolsonaro e a horda de seguidores que nutriu com o ódio disseminado por quase 3 décadas no Congresso Nacional não sabe conviver com quem vê o mundo de outra forma.
Enquanto deputado, o capitão nunca aceitou as diferenças e os diferentes.
Diferentemente e alheio ao processo de desenvolvimento cognitivo, que vê na diferença uma oportunidade para se evoluir como ser humano, Bolsonaro tem muito medo e vê o outro sempre como uma ameça.
Teme sair da sua zona de segurança, onde repete mantras contra o PT, o comunismo e qualquer ideia progressista que se mova, para fazer o debate saudável da política - que, antes de ser partidária, é uma característica natural em qualquer ser humano.
Olhando a América Latina borbulhar à sua volta mais uma vez contra o achaque neoliberal - o mesmo que tenta impor ao Brasil sem saber exatamente o motivo -, Bolsonaro quer legalizar a matança de qualquer diferença de pensamento que saia às ruas ou aos campos.
Bolsonaro nunca se predispôs a fazer política, que tem em sua origem etimológica a civilidade, a capacidade de debater temas de interesse comum para manter a convivência entre as pessoas que fazem parte de um mesmo grupo social.
O pensamento fragmentado, a ignorância e a egolatria, sempre impediram Bolsonaro de se mover em direção às diferenças, que poderiam contribuir muito para seu desenvolvimento como homem público e como ser humano.
Bolsonaro nunca soube conviver com as diferenças. E agora, com o poder, quer exterminá-las.