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POLÍTICA
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"Vamos imaginar que o Itamaraty é uma loja com vários produtos". Foi assim que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, começou seu confuso discurso sobre a nova política externa brasileira, em seminário realizado nesta quinta-feira (21), na Câmara. O evento foi convocado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores da casa.
Na analogia de Araújo, o Itamaraty tinha uma tradição de fabricar "fogões" reconhecidos internacionalmente e fazia com que os governos adotassem o "fogão" mesmo buscando outros "eletrodomésticos". Segundo ele, Bolsonaro foi o primeiro a recusar o "fogão" e buscar uma "motocicleta".
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"As pessoas falavam 'não, presidente, nossa tradição é o fogão, internacionalmente respeitado', mas o presidente não quis, ele queria uma motocicleta e nós estamos tentando construir e entregar essa motocicleta, porque é o que esse presidente prometeu em sua campanha ao povo brasileiro. O povo brasileiro não queria um fogão, queria uma motocicleta", afirmou Araújo. "Mas nós também estamos produzindo fogões", disse ainda.
Apesar da péssima analogia, a fala do chanceler demonstra que a guinada promovida por Bolsonaro criou tensões internas e não se importou com a tradição diplomática brasileira de não fomentar conflitos, buscar sempre o diálogo com as nações e manter uma relação boa, porém insubmissa com relação aos Estados Unidos.
Diretrizes
Além da comparação, o ministro ainda não soube explicar as novas diretrizes da política externa e falou em rompimento com o multilateralismo, na "unidade do povo brasileiro" e em corrupção.
Além de Araújo, participaram o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Sérgio Ricardo Segovia Barbosa. Jair Bolsonaro havia confirmado participação, mas cancelou a presença de última hora.
Assista à fala do ministro: