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A Folha foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter, na manhã desta quinta-feira (21), após noticiar que o deputado Eduardo Bolsonaro condecorou o empresário Gustavo Corrêa, que matou a tiros um homem que planejou um atentado contra ele, sua mulher, Giovana, e a apresentadora Ana Hickmann em um quarto de hotel em Belo Horizonte.
Bolsonaristas indignados reclamam do jornal ter usado na manchete o termo “matou”. De acordo com eles, apesar do jornal lembrar que o empresário foi absolvido por “legítima defesa”, ainda assim, a notícia é tendenciosa.
Três tiros na nuca
Dudão condecorou o cunhado da apresentadora Ana Hickmann, na manhã desta quarta-feira, com a medalha do mérito legislativo, a maior honraria da Câmara dos Deputados, em Brasília, por ter matado com três tiros na nunca o autor do atentado. O crime aconteceu em 2016 e, em setembro deste ano, o empresário acabou sendo absolvido na Justiça.
Os desembargadores Júlio César Lorens (relator), Alexandre Victor de Carvalho e Eduardo Machado avaliaram que a conduta do réu não foi excessiva, dada a situação de estresse, pânico, cansaço e angústia.
“A legítima defesa não pode ser medida de forma milimétrica. Para resguardar a vida, nenhum de nós teria discernimento na hora de fazer os disparos”, afirmou o desembargador Eduardo Machado. Cabe recurso à decisão do TJ.
"O caso de Gustavo é exemplo claro da injustiça que o excesso de legítima defesa leva àqueles que reagem a crimes, fato rotineiro na vida policial", escreveu Dudão numa de suas redes sociais.
Corrêa agradeceu a honraria também pelas redes sociais. Com uma foto em que aparece ao lado de um banner que anunciava a premiação, o cunhado de Hickmann escreveu: "obrigado pela indicação aos deputados Eduardo Bolsonaro e Carlos Jordy. Antes de criticarem o projeto [anticrime] leiam a fundo o que está sendo proposto".
O caso entrou nas vitrines de Bolsonaro e do ministro da Justiça Sérgio Moro, que defendem a diminuição ou o fim da aplicação de pena por excesso em casos de homicídio por legítima defesa se o homicida tiver agido sob "escusável medo, surpresa ou violenta emoção". Tudo isso está previsto no pacote anticrime proposto por Moro.
A premiação é anual e busca reconhecer a atuação de brasileiros que prestaram serviços relevantes ao Poder Legislativo ou ao Brasil. Além de Corrêa, o presidente do STF, Dias Toffoli, o jornalista Glenn Greenwald, o ex-tenista Gustavo Kuerten e a ativista Luisa Mell foram alguns dos 41 homenageados.