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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), que trata de todas as fontes de rendimento, divulgada nesta quarta-feira (16) pelo IBGE aponta que a concentração de renda no Brasil aumentou fortemente no ano passado.
A renda média do 1% dos trabalhadores mais ricos subiu de R$ 25.593 para R$ 27.744, alta de 8,4%. Já entre os 5% mais pobres, o rendimento do trabalho caiu 3,2%. Nesse grupo, o ganho mensal baixou de R$ 158 para R$ 153.
A Pnadc mostra que 10% mais ricos têm mais que 80% mais pobres. Já os 10% mais pobres abocanharam bem menos: 0,8% da massa de rendimentos em 2018 contra 0,9% em 2017. Significa dizer que 20 milhões de pessoas ficaram com apenas R$ 2,2 bilhões.
A pesquisa aponta também que a desigualdade salarial entre brancos e pretos ainda é uma questão problemática do mercado de trabalho no Brasil. De acordo com a Pnadc, em 2018, trabalhadores brancos receberam cerca de 75% a mais do que os pretos e pardos.
De acordo com especialistas, uma das razões para o aumento da desigualdade em 2018 foi o aumento da precarização do mercado de trabalho, com aumento dos empregos informais. No ano passado, eram 35,42 milhões de pessoas, em média, recorde da série histórica do IBGE.
Por qualquer medida que se use, os mais ricos no país concentraram renda, enquanto os mais pobres sofreram com queda na renda e nas condições de vida.
Com isso, o Índice de Gini, que mede a concentração de renda e, quanto mais perto de 1, pior, subiu de 0,538 para 0,545, considerando todas as rendas das famílias - trabalho, aposentadorias, pensões, aluguéis, Bolsa Família e outros benefícios sociais. É o maior Gini desde 2012.
Com informações do Globo