Escrito en
POLÍTICA
el
A crise interna entre o presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL, segue a todo o vapor. Depois de vir à público que o capitão da reserva, junto a 21 parlamentares da legenda, decidiu acionar advogados para ter acesso às contas de campanha da agremiação, a ala majoritária da legenda - que não encampou apoio ao presidente - informou que contratará uma auditoria externa para averiguar as contas de campanha do próprio Bolsonaro.
O contra-ataque do PSL à defesa de Bolsonaro, segundo disse um parlamentar da sigla ao jornalista Gerson Camarotti, do G1, pode deixar "as vísceras do partido expostas". Segundo Daniela Lima, da Folha de S. Paulo, a ideia da auditoria externa para investigar as contas do presidente da República tem como objetivo provocar um "debate ético".
A atitude de Bolsonaro e dos parlamentares ao pedirem acesso às contas do PSL vem logo após o episódio em que o chefe do Executivo disse para um seguidor que ele deveria “esquecer” o partido porque o presidente nacional da legenda,Luciano Bivar, estava “queimado”.
Os apoiadores de Bolsonaro argumentam que o acompanhamento das despesas deve ser feito já que o PSL deve receber 10 vezes mais recursos do que recebia anteriormente devido a eleição de 54 deputados federais. “Calha a responsabilidade de rigoroso acompanhamento das despesas do partido não somente pela justiça eleitoral, como também por todos aqueles que tenham legitimidade e interesse na manutenção da moralidade e, assim, transparência na arrecadação e gastos desses recursos públicos e privados, eventualmente aportado aos partidos por particulares”, diz o texto.
Ao lado de Bolsonaro estão seus dois filhos filiados à legenda, Eduardo (deputado federal, SP) e Flávio (senador, PSL), e outros 19 deputados federais, os mesmos que assinaram nota na quarta-feira em apoio às críticas que o presidente da República fez ao partido. No total, a legenda possui 53 deputados federais e 3 senadores – os rebeldes representam cerca de um terço disso.