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Após quase dois anos, o Bolsa Família voltou a ter fila de espera para quem deseja entrar no programa que transfere renda para pessoas em situação de pobreza e de extrema pobreza. Com parte do orçamento congelado, o ministro da Cidadania do governo Bolsonaro, Osmar Terra, declarou que o número de novas famílias incluídas no projeto tem diminuído nos últimos meses.
Além do ministro, a informação também foi dada por integrantes da CMO (Comissão Mista de Orçamento) do Congresso, em reunião ocorrida há alguns dias, segundo reportagem desta terça-feira (1) de Thiago Resende, na Folha de S.Paulo.
“Conseguimos terminar com a fila. Agora está voltando a fila de novo em função da nossa dificuldade orçamentária”, disse Osmar Terra. “Nos últimos meses, houve redução no número de inclusões de famílias”, reconheceu. A fila de espera se forma quando as respostas demoram mais de 45 dias.
Neste ano, a equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro congelou cerca de R$ 1 bilhão, de um total de quase R$ 5 bilhões, para as atividades da pasta responsável pelo programa. Portanto, o Bolsa Família está funcionando no limite de seu orçamento.
Até agosto foram gastos R$ 20,9 bilhões, uma média de R$ 2,6 bilhões por mês. Com esse ritmo, o dinheiro reservado —R$ 29,5 bilhões— pode não ser suficiente até o fim do ano. A cobertura chegou a 14,3 milhões de famílias em maio e, desde então, registra seguidas quedas, atendendo 13,5 milhões em setembro.