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Em nota publicada nesta quinta-feira (31) no site do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves diz que considera Lulu Kamayurá "uma filha", diz que a menina (hoje com 20 anos) "não foi arrancada dos braços dos familiares" e reclama de "tamanha exposição" diante da repercussão da reportagem dos jornalistas Natália Portinari e Vinicius Sassine, na revista Época.
Na reportagem, liberada pela revista na internet após vazamento da capa da próxima edição, a avó conta que, aos 6 anos de idade, Lulu teria sido levada por Damares da aldeia de forma irregular sob pretexto de fazer um tratamento dentário na cidade e nunca mais voltou.
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Indígenas contam que Damares e Márcia Suzuki, amiga e braço direito da ministra, se apresentaram como missionárias na aldeia. “Chorei, e Lulu estava chorando também por deixar a avó. Márcia levou na marra. Disse que ia mandar de volta, que quando entrasse de férias ia mandar aqui. Cadê?”, diz a avô da garota. Questionada se sabia, no momento da partida de Lulu, que ela não mais retornaria, foi direta: “Nunca”.
Na nota, a ministra nega que estava presente quando a menina deixou a aldeia e diz que a conheceu em Brasília. "Ela saiu com total anuência de todos e acompanhada de tios, primos e irmãos para tratamento ortodôntico, de processo de desnutrição e desidratação. Também veio a Brasília estudar".
A reportagem ainda diz que a situação de adoção de Lulu não foi oficializada por Damares, que nega que tenha adotado a garota. "Como não se trata de um processo de adoção, e sim um vínculo socioafetivo, os requisitos citados pela reportagem não se aplicam", diz a nota.
Para Damares, Lulu "não é pessoa pública", é "maior de idade" e "não foi sequestrada". A ministra ainda reclamada repercussão do caso. "Nenhum suposto interesse público no caso deveria ser motivo para a violação do direito a uma vida privada, sem tamanha exposição".
Leia a íntegra da nota.
Sobre as repercussões relacionadas à matéria da revista Época no processo de adoção de Lulu Kamayurá, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos esclarece os seguintes pontos:
1. A ministra Damares Alves não estava presente no processo de saída de Lulu da aldeia. As duas se conheceram em Brasília.
2. Lulu não foi arrancada dos braços dos familiares. Ela saiu com total anuência de todos e acompanhada de tios, primos e irmãos para tratamento ortodôntico, de processo de desnutrição e desidratação. Também veio a Brasília estudar.
3. Damares é uma cuidadora de Lulu e a considera uma filha. Como não se trata de um processo de adoção, e sim um vínculo socioafetivo, os requisitos citados pela reportagem não se aplicam. Ela nunca deixou de conviver com os parentes, que ainda moram em Brasília.
4. Lulu não foi alienada de sua cultura e passou por rituais de passagem de sua tribo.
5. Lulu não é pessoa pública. É maior de idade. Não foi sequestrada. Saiu da aldeia com familiares, foi e é cuidada por Damares com anuência destes. Nenhum suposto interesse público no caso deveria ser motivo para a violação do direito a uma vida privada, sem tamanha exposição.
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