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Candidata a vice na chapa de Fernando Haddad (PT) à presidência, a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) classificou como "lamentável" a divisão de posições entre os partidos do campo progressista na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados.
A comunista ainda não tinha se pronunciado publicamente sobre o assunto mas acabou, nesta quarta-feira (16), sendo bombardeada de críticas de internautas sobre a decisão de seu partido, divulgada após reunião na terça-feira (15), de orientar os parlamentares a apoiarem Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Casa. A declaração veio como resposta aos internautas em seu Instagram. Manuela procurou se "afastar" da decisão do PCdoB que indicou apoio ao parlamentar do chamado "centrão" - que conta, inclusive, com o apoio do PSL de Jair Bolsonaro. "Não participei dessa reunião da bancada do PCdoB porque não sou deputada federal e nossa reunião de direção partidária que decidiria sobre o tema será apenas dia 30", esclareceu.
Ela pontuou, contudo, que é a favor da unidade entre os partidos de centro-esquerda, o que sugere ou que o PCdoB não deveria ainda ter declarado apoio a Maia e chegasse a um nome em comum com PDT, PSB, PSOL e PT ou que os outros partidos deveriam seguir a posição de sua legenda.
"Para mim, demarcações e divisões entre Partidos de oposição a Bolsonaro de nada servem ao Brasil e às duras batalhas que teremos pela frente", escreveu.
Pragmática, Manuela foi ainda na mesma linha do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e da presidenta do partido, Luciana Santos, e disse que a escolha do presidente da Câmara não é "terceiro turno" da eleição presidencial.
Confira a íntegra da resposta da ex-parlamentar sobre o assunto.
"Não participei dessa reunião da bancada do PCdoB porque não sou deputada federal e nossa reunião de direção partidária que decidiria sobre o tema será apenas dia 30. Como todos sabem, defendo desde antes da eleição a unidade de todo nosso campo político, razão que resultou, inclusive, na retirada de minha pré-candidatura à presidência da república. Para mim, demarcações e divisões entre Partidos de oposição a Bolsonaro de nada servem ao Brasil e às duras batalhas que teremos pela frente, não estamos numa batalha contra ou a favor de nenhum partido de esquerda mas em defesa da permanência da democracia. Para mim, o passo inicial seria termos uma posição conjunta, dos cinco partidos de nosso campo, para que juntos buscássemos construir uma candidatura comprometida com a democracia, mesmo que essa não fosse de nossos partidos, já que tal eleição não é terceiro turno presidencial. Não foi o que aconteceu: os partidos seguiram diversos caminhos. Lamentavelmente".