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Em seu discurso de posse no Congresso Nacional, nesta terça-feira (1), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) transformou o atentado a faca que sofreu durante a ato de campanha em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, como o principal responsável pelo "movimento cívico" que fez com que ele chegasse ao poder.
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"Quando os inimigos da pátria, da ordem e da liberdade tentaram pôr fim à minha vida, milhões de brasileiros foram às ruas. Uma campanha eleitoral transformou-se em um movimento cívico, cobriu-se de verde e amarelo, tornou-se espontâneo, forte e indestrutível, e nos trouxe até aqui", disse o capitão.
Com uma campanha feita basicamente por meio das redes sociais – com grupos que disseminavam fake news – o capitão da reserva se retirou dos debates após atentado com uma faca durante a campanha na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Na investigação, em princípio a Polícia Federal concluiu que o crime foi cometido por Adélio Bispo, que teria agido sozinho. Mas, um dia depois da conclusão da apuração, um segundo inquérito foi aberto. Às vésperas da posse, o vídeo “Facada no Mito” viralizou, com suspeitas sobre o atentado.
Bolsonaro começou agradecendo por estar vivo, após ter sofrido o "ataque a faca" durante a campanha. Para ele, os médicos da Santa Casa de Juiz de Fora operaram um milagre ao salvá-lo. "Agradeço a Deus por estar vivo", disse ao iniciar o discurso.
Repetindo as propostas conservadoras, Bolsonaro saudou os "cidadãos de bem" e disse que vai livrar o Brasil das "amarras ideológicas". "Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e nossa tradição judaico-cristã, combater a ideologia de gênero, conservando nossos valores. O Brasil voltará a ser um país livre de amarras ideológicas".
O capitão também sinalizou que pretende cumprir as principais promessas de campanha, como a instituição da chamada "Escola sem Partido". "Daqui em diante, nos pautaremos pela vontade soberana daqueles brasileiros: que querem boas escolas, capazes de preparar seus filhos para o mercado de trabalho e não para a militância política; que sonham com a liberdade de ir e vir, sem serem vitimados pelo crime; que desejam conquistar, pelo mérito, bons empregos e sustentar com dignidade suas famílias".
Bolsonaro também falou sobre flexibilizar o acesso às armas: "O cidadão de bem merece dispor de meios para se defender". Ele sinalizou que deve editar decretos para facilitar a posse de armamentos.