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Torcedores palmeirenses acompanharam o movimento da Gaviões da Fiel, do Corinthians, e da Torcida Jovem, do Santos, e divulgaram, nesta sexta-feira (21), um manifesto em que expõem seu repúdio "às posturas e declarações preconceituosas, antidemocráticas e fascistas".
Sem citar nomes, os torcedores explicitaram, no texto, que a atitude vem "em virtude de acontecimentos recentes envolvendo a imagem pública da Sociedade Esportiva Palmeiras". No último domingo (16), o jogador Felipe Melo dedicou um gol ao candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). Foi aí que as torcidas do Corinthians e do Santos se manifestaram contra o presidenciável.
O manifesto palmeirense, de acordo com os signatários, não é institucional e tem caráter suprapartidário. Diferentemente do texto divulgado pela Gaviões e pela Torcida Jovem, o texto dos torcedores do Palmeiras não cita o nome de Bolsonaro, mas faz uma menção indireta após contextualizar a origem popular do clube. "São razões históricas, portanto, as que nos motivam neste posicionamento público contra a onda fascista que se ergue e a sua nefasta representação eleitoral. Respeitamos a coexistência democrática de opiniões e posicionamentos políticos variados; mas não podemos tolerar a ameaça às instituições democráticas e os posicionamentos de teor racista, xenofóbico, machista e homofóbico".
Assinam o manifesto de torcedores palmeirenses figuras como Maria Gadu, João Gordo, Wilson Simoninha, Miguel Nicolelis, Luiz Gonzaga Belluzzo e Marco Ricca.
Confira, abaixo, a íntegra.
Palmeirenses contra o fascismo
Em virtude de acontecimentos recentes envolvendo a imagem pública da Sociedade Esportiva Palmeiras, nós, palmeirenses abaixo assinados, expressamos publicamente nosso repúdio às posturas e declarações preconceituosas, antidemocráticas e fascistas.
Nosso clube foi fundado em 26 de agosto de 1914 por trabalhadores imigrantes, e rapidamente tornou-se uma das equipes mais populares da cidade de São Paulo, atraindo grande público à assistência de seus jogos e contrapondo-se às agremiações tradicionais da elite paulistana. Ao mesmo tempo em que o Palestra chamava a atenção da imprensa da época por sua torcida essencialmente popular, as vitórias em campo foram consolidando o clube como força importante do futebol paulista e brasileiro.
Em 1942, por pressão do governo durante a Segunda Guerra Mundial, o clube foi obrigado a mudar seu nome, tornando-se a Sociedade Esportiva Palmeiras. Apesar das ofensas e ataques xenofóbicos que recebia por sua origem imigrante, o Palmeiras já era profundamente diversificado na composição de seu time e torcida, assim como o povo brasileiro. De “time dos italianos” passou a ser o time de todas e todos.
São razões históricas, portanto, as que nos motivam neste posicionamento público contra a onda fascista que se ergue e a sua nefasta representação eleitoral. Respeitamos a coexistência democrática de opiniões e posicionamentos políticos variados; mas não podemos tolerar a ameaça às instituições democráticas e os posicionamentos de teor racista, xenofóbico, machista e homofóbico. Não podemos tolerar discursos de ódio dirigidos a grupos historicamente oprimidos. A trajetória da Sociedade Esportiva Palmeiras é uma trajetória de acolhimento à diversidade destes grupos.
Alessandro Buzo, escritor e diretor
Amanda Ramalho, radialista
Diana Bouth, atriz e apresentadora
João Gordo, músico e apresentador
Maria Gadu, música e compositora
Marco Ricca, ator
Miguel Nicolelis, neurocientista
Nádia Campeão, foi vice-prefeita do município de São Paulo
Soninha Francine, vereadora do município de São Paulo
Wilson Simoninha, músico
Aldo Rebelo, chefe da Casa Civil do estado de São Paulo e conselheiro da SEP
Luiz Gonzaga Belluzzo, economista e conselheiro da SEP
Marcos Gama, conselheiro da SEP
Abner Palma, editor de vídeo
Adriano Diogo, foi deputado estadual de São Paulo
Aleksandra Franco Fernandes Silva, pedagoga da Escola Parque-RJ
Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Barão de Itararé
Ana Paula Spini, professora de história da UFU
Andrea de Castro Melloni, Princeton University
Angélica Souza, publicitária, escreve no Dibradoras
Bruno Predolin, publicitário
Cristiano Maronna, advogado
Cristiano Tomiossi, ator
Crizz, DJ
Eduardo Roberto, jornalista
Elisa Fernandes, chef de cozinha
Ercílio Faria Tranjan, publicitário
Fabio Passetti, pesquisador do ICC/Fiocruz
Facundo Guerra, empreendedor
Felipe Vaistman, jornalista
Fernando Cesarotti, jornalista
Flávio de Campos, historiador e professor da USP
Gabriel Amorim, jornalista
Gabriel Passetti, professor de Relações Internacionais da UFF
Gabriel Santoro, editor
Gabriel Zacarias, professor de história da arte na Unicamp
Glauco Roberto Gonçalves, professor da UFGO
Gustavo Petta, deputado estadual de São Paulo
Ivan Marques, advogado e diretor do Instituto Sou da Paz
José Carlos Vaz, professor de gestão de políticas públicas da USP
José Guilherme Magnani, antropólogo e professor da USP
Júlia Galli O’Donnell, professora de antropologia cultural da UFRJ/IFCS
Lucas Afonso, MC
Manuel Boucinhas, ator
Márcio Boaro, dramaturgo e diretor teatral
Margaret Buonano, psicóloga
Maria Carolina Trevisan, jornalista
Marília Velardi, professora da USP
Marina Sousa, desenhista e roteirista - filha do Maurício de Sousa
Oswaldo Colibri, jornalista
Paulo Miyada, curador
Railídia Carvalho, música e jornalista
Roseli Tardelli, jornalista e apresentadora
Sérgio Settani Giglio, professor de educação física na UNICAMP
Simão Pedro, foi deputado estadual de SP e secretário municipal de São Paulo
Thiago Schwartz, da página Site dos Menes
Tiago Perrart, da página Vagas Arrombadas
Toinho Melodia, músico e compositor
William De Lucca, jornalista
Coletivo Porcominas
Coletivo PorComunas
Coletivo Palmeiras Livre
Coletivo Palmeiras Antifascista