No 'Jornal da Globo', Haddad diz que Justiça no Brasil tem "dois pesos e duas medidas"

Candidato do PT rebateu perguntas sobre casos de corrupção em seu partido citando casos de tucanos que "não foram para frente" e ainda criticou proposta de Ciro Gome (PDT) para tirar o nome das pessoas do SPC: "Não resolve o problema de forma estrutural"

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O candidato à presidência pelo PT, Fernando Haddad, concedeu entrevista ao 'Jornal da Globo', da Globo, na madrugada desta quinta-feira (20). A maior parte das perguntas da apresentadora Renata Lo Prete foram sobre corrupção e sobre o ex-presidente Lula. Em um dos questionamentos sobre casos de corrupção em seu partido, Haddad expôs que a Justiça no Brasil é "parcial" e que trabalha "com dois pesos e duas medidas", lembrando casos de tucanos que "não foram para frente". "Casos de Aloysio Nunes e outros não foram para frente. Me parece que a Justiça é parcial. Para citar um exemplo, José Serra foi absolvido porque era só caixa 2 e não se investigou a acusação de relação com a Dersa", exemplificou. A jornalista insistiu perguntando se Haddad considerava as decisões judiciais contra quadros de seu partido como "injustas", assim como considera a sentença do ex-presidente Lula. O ex-prefeito, então, foi direto: "Nenhuma dessas sentenças transitou em julgado. Não dá para particularizar desta maneira". Sobre o caso de Lula, Haddad afirmou que, com sua formação jurídica, pode constatar ao ler e reler o processo que não há provas de que o ex-presidente tenha cometido os crimes pelos quais é acusado, lembrando que o Comitê de Direitos Humanos da ONU tem o mesmo entendimento que o seu. Ele recordou ainda que foi Lula quem fortaleceu os mecanismos de investigação no Brasil e que agora esses mesmos mecanismos estão sendo "afrouxados" pelo governo Temer. "A controladoria-geral da União, por exemplo, não existe mais. Nós vamos retomar a politica de fortalecimento de investigação", pontuou. Em um dos poucos momentos da entrevista em que foi perguntado sobre propostas de governo, Haddad falou sobre a reforma bancária que pretende encampar caso seja eleito. Assim como Ciro Gomes (PDT), o petista tem um projeto para limpar o nome das pessoas no SPC, mas atrelado a uma política de controle de juros dos bancos. Neste sentido, o ex-prefeito teceu críticas à proposta do adversário do PDT. "Ciro não propõe reforma bancária, propõe uma solução tópica. Vai tirar as pessoas do SPC e elas vão voltar depois de um ano porque o problema não foi estruturalmente resolvido", disse. "Nossa proposta é muito mais abrangente", completou. Confira, abaixo, como foi a entrevista.