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[caption id="attachment_138095" align="alignnone" width="900"] Foto: Divulgação/FUP[/caption]
A pressão que a Federação Única dos Petroleiros (FUP e seus sindicatos, em esforço conjunto com os eletricitários, surtiu efeito e o Senado Federal não colocou em regime de urgência os Projetos de Lei Complementar que liberam a venda das distribuidoras da Eletrobras e de 70% dos cinco bilhões de barris de petróleo que a Petrobras contratou via cessão onerosa do pré-sal. As lideranças do Senado decidiram que os PLCs 78 (venda da cessão onerosa) e 77 (venda das distribuidoras da Eletrobras) ficarão fora da pauta de votação, pelo menos, até as próximas sessões da Casa, previstas para os dias 28, 29 e 30 de agosto. As informações são da FUP.
“Essa notícia nos dá a segurança de que o projeto, a princípio, não será colocado em votação de forma açodada, como aconteceu na Câmara dos Deputados”, afirmou o diretor da FUP, Deyvid Bacelar, ressaltando que a FUP não se acomodará diante dessa primeira vitória. “Vamos aumentar a pressão. Para isso é fundamental que os trabalhadores e a população de uma forma geral pressionem os senadores, enviando e-mails, telefonando e postando mensagens nas redes sociais contra a entrega do Pré-Sal”, declarou.
Com uma brigada formada por 14 dirigentes sindicais de todo o país, os petroleiros percorreram mais de 30 gabinetes de senadores nos últimos dois dias. “Fizemos uma peregrinação, conversando com os senadores e suas assessorias, de gabinete em gabinete, e isso surtiu efeito. Vários dos que eram a favor do PLC 78 mudaram de opinião após ouvirem nossos argumentos. Muitos não tinham noção do prejuízo que significará a aprovação desse projeto. Um prejuízo que não será só da Petrobrás. Haverá perdas imensas de recursos também para os estados e municípios, que, somente em um ano, perderiam cerca de R$ 77 bilhões em receitas”, alertou o diretor da FUP.
Segundo Deyvid, pelo menos 20 senadores firmaram posição contrária ao regime de urgência para o PLC 78. “Nosso levantamento aponta que dos atuais 81 senadores, 45 são contrários que o projeto seja posto em votação em regime de urgência”, destacou Deyvid, explicando que os ex-senadores do PT, Donizeti Nogueira e Ideli Salvati, que hoje atuam como assessores da liderança do partido, já haviam mapeado 25 senadores contrários ao regime de urgência.
A brigada petroleira estará de volta a Brasília nos dias 28, 29 e 30 de agosto, aumentando a pressão no Senado para garantir que o projeto seja amplamente debatido nas comissões e não corra riscos de ser colocado em votação em regime de urgência.