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POLÍTICA
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A CBF bateu o martelo. Em caso de hexacampeonato da Seleção Brasileira não haverá o encontro com o presidente Michel Temer em Brasília. Será a primeira vez na história que uma delegação campeã não vai à capital federal para receber homenagens da presidência da República. Com a ínfima popularidade na casa dos 3%, a Temer não será dada a chance de faturar em cima de um título mundial.
A decisão vai ao encontro da vontade do técnico Tite que já havia declarado que não iria a Brasília em caso de conquista, por não gostar da mistura de política e futebol.
A única cidade confirmada até o momento pela CBF para a festa do título (caso aconteça) é o Rio de Janeiro, onde está localizada a sede da entidade.
[caption id="attachment_136096" align="aligncenter" width="300"] (João Goulart desfila em carro aberto ao lado de Pelé e cia. na comemoração do bicampeonato em 1962
Foto: Arquivo Nacional )[/caption] Milhares de pessoas foram às ruas do Rio de Janeiro, em 1958, para celebrar o primeiro título da Seleção Brasileira e receber os jogadores, entre eles, o menino Pelé, então com 17 anos. Os jogadores e a comissão técnica desfilaram em carro do Corpo de Bombeiros do Aeroporto do Galeão até o Palácio do Catete, então sede do governo federal. O então presidente Juscelino Kubitschek deu início a uma outra tradição que acompanharia a Seleção Brasileira: o uso político do futebol e dos títulos para o aumento da popularidade de chefes do executivo e lideranças do legislativo. Juscelino fez um discurso ufanista, carregado de frases de efeito. Ficou famosa a frase do ex-presidente de que a vitória dos jogadores na Suécia era a "afirmação de uma raça" "Recebo a taça não para mim, mas para a nação brasileira. Obtivemos pela primeira vez o emblema da vitória, como afirmação de uma raça que inicia uma nova fase de conquistas", disse o então presidente. Em 1962, João Goulart recebeu a seleção em Brasília, a nova capital federal. O presidente não ficou satisfeito em apenas tirar fotos com a mão na taça, mas também quis adquirir protagonismo na festa do título do escrete comandado por Pelé e Garrincha. Ele ousou desfilar em carro aberto ao lado dos jogadores. Nas ruas, o povo comemorava com o canto "Não tem arroz, não tem feijão, mas assim mesmo o Brasil é campeão". E no auge da Ditadura o Brasil conquistou o tão sonhado tricampeonato depois de uma campanha desastrosa em 1966. Gérson, Pelé, Tostão, Rivelino e cia. levantavam o caneco em uma campanha arrasadora no México. O título foi embalado pela ufanista "Pra frente Brasil". Enquanto presos políticos eram torturados nos porões do Dops, a Seleção era recebida pelo presidente Emilio Garrastazu Médici. O presidente militar decretou ponto facultativo por dois dias para que o povo pudesse ocupar as ruas. "Os brasileiros merecem um carnaval extra", disse o general. Os jornais que apoiavam o golpe estamparam nas manchetes a frase populista do líder do período mais agudo da ditadura brasileira: "Ninguém segura este país". Depois de um jejum de 24 anos, o Brasil voltava a ser campeão mundial. Era a seleção de Romário, o "baixinho", o "peixe", que reinara absoluto naquela competição. Marrento como poucos, não perdeu a oportunidade de protagonizar uma das imagens que ficaram eternizadas na chegada da Seleção. Em solo brasileiro, abriu a janela da cabine do piloto do avião e apareceu empunhando a bandeira verde e amarela. Mais de 500 mil pessoas acompanharam a equipe em Brasília no desfile no carro do Corpo de Bombeiros. Mais discreto, o presidente Itamar Franco se contentou em entregar as medalhas do mérito esportivo aos jogadores e à comissão técnica. Em 2002, a Seleção de Ronaldinho (o craque na época ainda era mais conhecido pelo apelido no diminutivo), Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho chegava a Brasília para ser homenageada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Em crise de popularidade, depois de mais de sete anos de mandato, FHC poupou a população de frases ufanistas, mas não deixou de aparecer em praticamente todos os registros. Além de entregar as medalhas aos jogadores e comissão técnica, beijou a taça do penta e foi para a frente do Palácio do Planalto ao lado da delegação que era aguardada pela multidão, ávida por ver os pentacampeões. Um momento singular ficou eternizado em fotos e vídeos. O meio-campo Vampeta quebrou o rígido protocolo presidencial e deu cambalhotas na rampa do Planalto.
Foto: Arquivo Nacional )[/caption] Milhares de pessoas foram às ruas do Rio de Janeiro, em 1958, para celebrar o primeiro título da Seleção Brasileira e receber os jogadores, entre eles, o menino Pelé, então com 17 anos. Os jogadores e a comissão técnica desfilaram em carro do Corpo de Bombeiros do Aeroporto do Galeão até o Palácio do Catete, então sede do governo federal. O então presidente Juscelino Kubitschek deu início a uma outra tradição que acompanharia a Seleção Brasileira: o uso político do futebol e dos títulos para o aumento da popularidade de chefes do executivo e lideranças do legislativo. Juscelino fez um discurso ufanista, carregado de frases de efeito. Ficou famosa a frase do ex-presidente de que a vitória dos jogadores na Suécia era a "afirmação de uma raça" "Recebo a taça não para mim, mas para a nação brasileira. Obtivemos pela primeira vez o emblema da vitória, como afirmação de uma raça que inicia uma nova fase de conquistas", disse o então presidente. Em 1962, João Goulart recebeu a seleção em Brasília, a nova capital federal. O presidente não ficou satisfeito em apenas tirar fotos com a mão na taça, mas também quis adquirir protagonismo na festa do título do escrete comandado por Pelé e Garrincha. Ele ousou desfilar em carro aberto ao lado dos jogadores. Nas ruas, o povo comemorava com o canto "Não tem arroz, não tem feijão, mas assim mesmo o Brasil é campeão". E no auge da Ditadura o Brasil conquistou o tão sonhado tricampeonato depois de uma campanha desastrosa em 1966. Gérson, Pelé, Tostão, Rivelino e cia. levantavam o caneco em uma campanha arrasadora no México. O título foi embalado pela ufanista "Pra frente Brasil". Enquanto presos políticos eram torturados nos porões do Dops, a Seleção era recebida pelo presidente Emilio Garrastazu Médici. O presidente militar decretou ponto facultativo por dois dias para que o povo pudesse ocupar as ruas. "Os brasileiros merecem um carnaval extra", disse o general. Os jornais que apoiavam o golpe estamparam nas manchetes a frase populista do líder do período mais agudo da ditadura brasileira: "Ninguém segura este país". Depois de um jejum de 24 anos, o Brasil voltava a ser campeão mundial. Era a seleção de Romário, o "baixinho", o "peixe", que reinara absoluto naquela competição. Marrento como poucos, não perdeu a oportunidade de protagonizar uma das imagens que ficaram eternizadas na chegada da Seleção. Em solo brasileiro, abriu a janela da cabine do piloto do avião e apareceu empunhando a bandeira verde e amarela. Mais de 500 mil pessoas acompanharam a equipe em Brasília no desfile no carro do Corpo de Bombeiros. Mais discreto, o presidente Itamar Franco se contentou em entregar as medalhas do mérito esportivo aos jogadores e à comissão técnica. Em 2002, a Seleção de Ronaldinho (o craque na época ainda era mais conhecido pelo apelido no diminutivo), Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho chegava a Brasília para ser homenageada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Em crise de popularidade, depois de mais de sete anos de mandato, FHC poupou a população de frases ufanistas, mas não deixou de aparecer em praticamente todos os registros. Além de entregar as medalhas aos jogadores e comissão técnica, beijou a taça do penta e foi para a frente do Palácio do Planalto ao lado da delegação que era aguardada pela multidão, ávida por ver os pentacampeões. Um momento singular ficou eternizado em fotos e vídeos. O meio-campo Vampeta quebrou o rígido protocolo presidencial e deu cambalhotas na rampa do Planalto.