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De acordo com Relatório da Polícia Federal, integrantes do Ministério do Trabalho fabricavam pareceres fraudulentos para atender pedidos do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. O documento foi obtido com exclusividade pela Folha.
A investigação indica que Marun solicitava por meio de sua chefe de gabinete, Vivianne Lorenna de Melo, facilidades para sindicatos de Mato Grosso do Sul, possivelmente em troca de apoio político no estado, seu reduto eleitoral.
Os indícios aparecem em trocas de mensagens da assessora com servidores do ministério em maio deste ano, dias antes de a Operação Registro Espúrio ser deflagrada.
Marun também teria tido ingerência em uma troca de mensagens do ex-ministro do Trabalho Helton Yomura, afastado na semana passada, e de seu chefe de gabinete, Júlio de Souza Bernardo, o Júlio Canelinha, preso temporariamente, mas já liberado. Eles trataram de pedido para que um despacho no DOU fosse revertido.
O despacho, que prejudicava uma entidade de MS, foi publicado, segundo a PF, para atender interesses do Solidariedade, um dos partidos com influência no ministério, mas desagradou o ministro.
“Recebi isso agora do Marun. Dá para resolvermos isso?”, pediu Canelinha numa mensagem na qual encaminhava o DOU. “Dá, sim”, reagiu Araújo.
O ministro Luiz Edson Fachin, relator do caso no STF, entendeu que os indícios apontados eram insuficientes e, por isso, não autorizou as ações. A PF ainda analisa material apreendido com outros investigados e que, eventualmente, possa ter relação com o caso Marun.
Marun, em nota, disse que os casos citados são encaminhamentos rotineiros de demandas que chegam.
“Certamente não houve qualquer tipo de contrapartida. Nem política, até porque, ao assumir a secretaria, renunciei expressamente ao direito de disputar as próximas eleições. Avalizo também como honesta a forma como os servidores da secretaria trataram a questão. É irresponsável quem faz qualquer ilação contrária a isso”, criticou.
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