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O Partido dos Trabalhadores (PT) deverá processar o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, por ter interferido junto à Polícia Federal para evitar o cumprimento do habeas corpus concedido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste domingo (8), pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) Rogério Favreto.
De acordo com lideranças do PT, o episódio caracteriza a “perseguição do Judiciário e do juiz federal Sérgio Moro” contra Lula. A área jurídica do partido, no entanto, ainda estuda qual o melhor caminho para acionar Jungmann.
Conforme informações do Valor Econômico, Jungmann foi diretamente orientado a não autorizar a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo desembargador Thompson Flores, presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
A Coluna do Estadão, por sua vez, revelou nesta segunda-feira (9) que o ministro, ao qual a PF é subordinada, disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que o presidente do TRF-4 pediu à corporação que aguardasse o despacho final do próprio Thompson Flores. Por esse motivo os agentes da PF que estavam de plantão não soltaram Lula quando Favreto deu a decisão, pela manhã.
Na avaliação do PT, o ministro teria sido um dos principais “agentes” dessa “manobra”. “Se o Jungmann participou diretamente desse esquema, será responsabilizado”, afirmou o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), um dos autores do habeas corpus que provocou o imbróglio jurídico.
Jungmann negou que isso tenha acontecido. Na segunda-feira, (9), o ministro disse que a PF “cumpriu estritamente a lei, num momento muito difícil, complicado, de conflito de competências, no Poder Judiciário.” Procurado nesta terça-feira (10) Jungmann não se manifestou.
Deputados e senadores petistas se alternaram ontem falando sobre o assunto nas tribunas do Congresso e cogitam se mobilizar para convocar ou convidar Jungmann para dar explicações na Câmara ou Senado. O partido também organiza atos de rua – o primeiro deles está marcado para o dia 18, em Curitiba.
Com informações do Estadão