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Por Mário Maurici*
Em 2014, coincidentemente também ano de eleições para o Governo do Estado, vimos a Sabesp e o então governador Geraldo Alckmin negar uma crise hídrica que estava visível aos olhos - reservatórios secos ou quase vazios - e às torneiras sem água da maior parte da população.
Tal situação era vista por especialistas como resultado da falta de investimentos na captação, distribuição e redução de perdas, assim como na construção de novos reservatórios para aliviar o Sistema Cantareira.
O governo e a própria Sabesp alegam ter feito obras que garantiriam o abastecimento mas, na prática, a situação é outra: o nível dos reservatórios voltou a cair em 2018 e já entra em curva descendente similar ou pior ao de 2013, quando começou a crise hídrica.
Devemos então ficar atentos: a Sabesp é uma empresa majoritariamente pública, do povo paulista, e deve trabalhar e investir para garantir o abastecimento a toda a população. Os acionistas, principalmente estrangeiros, que detém parcelas significativas da empresa, não podem pautar ou colocar em risco nossa segurança hídrica.
Da mesma forma, as propostas de ampliar a venda de ações - reduzindo a parcela pública da empresa - não podem vingar, pois colocariam a Sabesp ainda mais nas mãos do mercado e contra os interesses da população, em especial dos mais pobres que são os primeiros a sofrer com a falta de água.
*Mário Maurici é jornalista e ex-prefeito de Franco da Rocha (SP)