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O diretor do Teatro Oficina, José Celso, em encontro com o vereador Fernando Holiday (DEM) nesta quarta-feira (14) usou a sua tradicional verve sem censura e disse a Holiday, que é membro do Movimento Brasil Livre (MBL): "A sua visão do mundo é o fascismo, o nazismo, uma coisa inclusive racista”.
O encontro aconteceu no gabinete de Holiday a pedido de Eduardo Suplicy (PT) para tratar do projeto que cria um parque no terreno de Silvio Santos onde o apresentador quer construir torres residenciais. O local é vizinho ao Teatro Oficina, cujo prédio é tombado.
Holiday tem obstruído a votação do projeto no plenário, argumentando que a proposta deve antes passar em todas as comissões da casa. O vereador alegou na tribuna que considera imoral uma cena de uma peça do Oficina onde um ator introduz um dedo no ânus de outro.
Por conta disto, Zé Celso declamou na reunião uma versão do “Soneto do Olho do Cu”, de Rimbaud e Verlaine: “Humilde / Com pregas / Úmido ainda do amor / cravo roxo / Sempre caí de boca e língua nessa ventosa”. Termina: “Vamos todos tomar no cu”, entoando um canto. Os membros do Oficina o acompanharam.
De acordo com Holiday, a prefeitura não teria dinheiro para criar o parque, teria prioridades maiores, e o projeto relativizaria o direito à propriedade privada.
Um dos assessores de Holiday afirma que se tratava de “uma atividade cultural com a qual a gente não concorda”. “A gente tá falando do parque, não do Teatro Oficina”, diz alguém. “As discussões se entrelaçam”, responde o vereador. “Estamos diante de uma situação de censura”, afirma uma integrante do Oficina.
A reunião acaba sem solução e os integrantes do Oficina saem do local cantando.
As informações são da coluna de Mônica Bergamo, que ainda disponibiliza um vídeo do encontro. Veja aqui.