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[caption id="attachment_132608" align="alignnone" width="769"] Foto: Divulgação/MMacor[/caption]
Um grupo de ativistas de vários setores da sociedade, inconformados com a falta de representatividade na política, decidiu criar uma forma coletiva de fazer política, a fim de dar mais participação à população neste campo. Com isso, este grupo vai lançar o Movimento Mandato Colaborativo Real (MMacor) no próximo dia 8 de maio, terça feira. A primeira ação desse movimento será nas pré-campanhas a deputados pelo Rio de Janeiro da rapper Nega Gizza (estadual pelo Rio de Janeiro) e do cineasta Anderson Quack (federal) pelo PSOL. As pré-candidaturas de ambos serão lançadas no mesmo dia, à Rua Alcina, 107, em Madureira, a partir das 18 horas.
“Uma das razões que me fez escolher o PSOL foi quando em reuniões com Marcelo Freixo, Marielle Franco e Tarcísio Motta fui convencida que eles desejam ver as pessoas decidindo os seus próprios destinos. Eu acredito nisso”, disse Nega Gizza. O MMacor consiste em reunir em uma plataforma um grupo acima de 2 mil pessoas que irá fazer a campanha dos seus representantes. Serão colaboradores da pré-campanha de Gizza e Quack.
Todas as decisões e ações, que Gizza, Quack e os futuros representantes do MMacor forem tomar nas câmaras e assembleias legislativas, serão previamente discutidas e votadas pelos coparlamentares em uma plataforma desenvolvida para esse fim, e os representantes vão ter que respeitar o voto da maioria, defendendo as pautas escolhidas por ela, e combatendo as que tiverem sido reprovadas pelo coletivo.
“Muita gente não se lembra em quem votou nas últimas eleições, porque optou por um candidato que prometeu defender as suas ideias, e depois as esqueceu”, falou Celso Athayde. “A grande sacada do MMacor é que o colaborador terá a oportunidade de ele próprio criar propostas e pautas, e levando-as ao parlamento através dos seus representantes durante todo o mandato, sem precisar pedir favor. Caso eleitos, Quack e Gizza não decidirão as pautas individualmente. Podemos ter certeza que todas as decisões, que eles levarem aos parlamentos, terão sido previamente discutidas e votadas pelos coparlamentares. Logo todos estes colaboradores que representarão todos os eleitores iniciais são pré-candidatos a deputados também”, explicou um dos idealizadores do projeto.
Nega Gizza é carioca, rapper e ativista social. Ela é uma das fundadoras da Central Única das Favelas (CUFA), ao lado de Celso Athayde, MV Bill e do próprio Quack, de onde todos estão desligados. No último dia 3 de abril, ela realizou a filiação democrática ao PSOL, por onde pretende concorrer nas eleições de 2018.
Anderson Quack também é carioca, nasceu e foi criado na Cidade de Deus e é cineasta. Dentre os seus trabalhos de destaque estão a produção executiva do documentário “Falcão – Meninos do Tráfico” e a direção de “Remoção”. Quack também foi presidente da CUFA e visa concorrer às eleições pelo PSOL, tendo assinado a filiação democrática no mesmo dia que Gizza.
“Essa ideia é espetacular. Sempre falei que se um dia eu entrasse para a política, seria para fazer diferente, e nada mais diferente do que os eleitores decidirem nos quatro anos as ações do mandato. Afinal está na Constituição Brasileira que ‘todo o poder emana do povo’. Com o movimento MMacor começa uma nova chance de mudança no campo da representatividade”, disse Quack.
“É importante dizer que o MMacor não pertence a nenhum partido político. É um movimento independente que aposta e apostará em candidatos com credibilidade. Além de Quack e da Gizza no Rio, temos a pré-candidatura de Preto Zezé, pelo Ceará, a deputado estadual, pelo PCdoB”, explicou Athayde.
O movimento, que será lançado no próximo dia 8 de maio, tem apoio de muitos colaboradores, entre eles artistas e músicos. “O que posso dizer é que vou apostar nesse movimento porque conheço o Quack desde criança e porque confio na Gizza. Acredito que esse movimento será a grande revolução na política brasileira. Não queremos mais saber o que os políticos dizem que defendem, queremos saber quais políticos estão dispostos a defender o que pensamos”, disse o rapper Mv Bill.
“O MMacor é tudo que os eleitores sonham. Ter a decisão real sobre o mandato que a eles pertence. Hoje existe um divórcio entre o representado e o representante. O MMacor tem o propósito de fazer essa reconciliação. Mas para isso é preciso escolher pessoas que não vão trair os princípios da iniciativa. Na Nega Gizza e no Anderson Quack eu confio, e não teria nomes melhores para esse início”, falou o sambista Dudu Nobre.