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Em entrevista à BBC Brasil no Reino Unido, publicada nesta quarta-feira (16), onde participou de um ciclo de palestras organizado por estudantes brasileiros, o médico Drauzio Varella defendeu que os ricos não deveriam usar o Sistema Único de Saúde (SUS).
"Um país com mais de 200 milhões de habitantes ousou dizer que saúde é um bem de todos e um dever de Estado (...) Acho que, num país com a desigualdade do Brasil, temos uma parte da população com condições econômicas bastante favoráveis que não deveria usar o SUS. Deveria deixá-lo para quem não tem outra alternativa: ou se trata pelo SUS ou não se trata. Então, não tem sentido de eu estar ocupando o lugar do outro, tenho que me entender com a iniciativa privada. Já outras pessoas defendem o fim da saúde complementar no Brasil. Acho que isso é um radicalismo incoerente, porque é jogar em cima do SUS pessoas que já são muito privilegiadas. O que temos que fazer é aprimorar o SUS.", diz.
Drauzio disse ainda que “o ministério da Saúde é de um partido político que tem mais representantes na Lava Jato”. Mais à frente, o médico disse que “o ex-ministro da Saúde (Ricardo Barros) saiu para concorrer à eleição. Seu substituto é o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (Gilberto Occhi), que é do mesmo partido. Qual é a lógica? Qual é o projeto? Qual é a política pública de saúde que uma pessoa dessas pode trazer para o ministério? Não precisa ser um médico. Mas tem que ser uma pessoa que ouça os técnicos, que tenha ideias do que fazer para enfrentar esse enorme desafio. E o enfrentamento desse enorme desafio tem que começar lá em baixo. Tem que começar na Unidade Básica de Saúde. Porque aí que você resolve quase todos os problemas”, concluiu.
Leia a entrevista completa na BBC Brasil