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Os arroubos de Alckmin sobre a prisão de Lula e o inicio do fim da impunidade parece que se voltaram no mesmo dia contra ele e seus correligionários. O Painel da Folha informa que tucanos de SP estão preocupados com a possibilidade de Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, mirar a administração Alckmin por vingança. Foi a atual equipe do tucano quem fez uma sindicância na estatal e enviou ao Ministério Público os indícios de irregularidades que o levaram à prisão, nesta sexta-feira (6).
Paulo Preto sempre foi visto como um homem temperamental, mas metódico e muito organizado. O engenheiro é citado como um aficionado por colecionar documentos que registrem cada ação sua. Ele também é alvo da Lava Jato e, no ano passado, foi aconselhado a fazer delação.
Nomeado por Alckmin diretor de relações institucionais da Dersa em 2005, Paulo Preto foi alçado à diretoria de engenharia da companhia na gestão de José Serra (PSDB) em 2007. O chanceler Aloysio Nunes (PSDB) era seu principal ponto de contato com o tucanato.
Razões para pânico
O pavor de Alckmin e correligionários não é desprovido de sentido. De acordo com depoimentos muito similares entre si – o que é incomum em delações – de dez executivos que fazem parte do inquérito da Polícia Federal que tramita no Supremo Tribunal Federal, o diretor de engenharia da Dersa no governo Serra, pediu a dez empreiteiras que fizeram o trecho sul do Rodoanel um suborno equivalente a 0,75% de tudo que elas recebessem. Como a obra custou R$ 3,5 bilhões em valores da época que foi inaugurada, em abril de 2010, a propina de 0,75% seria de R$ 26,3 milhões.
Souza, segundo delatores, comunicou os empreiteiros que Serra exigia uma redução de custo de 4% no valor da obra, contratada em abril de 2006 por R$ 2,59 bilhões, o que implicou em queda de R$ 103,5 milhões no preço.
O contrato foi preparado na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), mas foi assinado quando Claudio Lembo (então PFL) assumiu o governo porque Alckmin deixara o cargo para concorrer à Presidência.