Após julgamento no STF, cantora Ana Cañas desabafa e divulga “Carta aos fascistas”

“Vocês têm ódio mesmo é do Lula, do ser humano, do espírito - e de tudo que ele representa, da pobreza ter diminuído como nunca antes nesse país, de pretos, pobres, índios, quilombolas, mulheres e favelados (como dizia Marielle), terem avançado”

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[caption id="attachment_129815" align="alignnone" width="740"] Foto: Caroline Bittencourt/Divulgação[/caption] Depois do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual foi negado o habeas corpus ao ex-presidente Lula, a cantora Ana Cañas desabafou e publicou em sua página no Facebook um texto com o título: “Carta aos fascistas”. Acompanha na íntegra: Vocês não têm ódio da corrupção. Suas panelas jamais clamaram por justiça verdadeira. Vocês têm ódio mesmo é do Lula, do ser humano, do espírito - e de tudo que ele representa, da pobreza ter diminuído como nunca antes nesse país, de pretos, pobres, índios, quilombolas, mulheres e favelados (como dizia Marielle), terem avançado. Lendo os comentários de vocês, percebo o nível da ignorância, da agressividade e do ódio perpetrados no coração de todos os que defendem a ‘guilhotina’ da corrupção. Hipocrisia. Pois se assim fosse estariam agora clamando igualmente para que os processos - que foram ENTERRADOS - de Alckmin, Aécio e Serra fossem levados ao mesmo circo da lava-jato. Mas não. Vocês sabem que isso não acontecerá jamais. Vocês sonham em ser governados pelos fascistas. Vocês SÃO fascistas. Não querem o fim da corrupção. Querem a cabeça da democracia. A cabeça de Luiz Inácio, o homem que governou para quem mais precisava na história desse país. E isso, ninguém pode negar. A ignorância não quer conversa, diálogo. Ela entra, atira, mata. Além de Cunha, Temer e os militares, o acordão de Jucá sempre envolveu o Judiciário. “com o Supremo, com tudo”. A voz que sentenciou Lula ontem, absolveu Aécio. Uma outra juíza que ontem desejou prisão em segunda instância, há dois anos atrás, Foi contra. Lula foi condenado sem provas. Alguns me acusam de mitômana, me chamam de burra, vadia, torpe, de tudo que possam imaginar. Eu, que não ofendi ninguém, apenas expressei minha opinião de maneira respeitosa e livre, pois ainda podemos. Mas a violência do fascismo desconhece limites. Aos que defendem a intervenção militar ou para quem, ainda, pretende votar no Bolsonaro - candidato racista, homofóbico, misógeno... A todos vocês, meu pedido final de clemência por sabedoria, informação, por fraternidade no coração, por compaixão, generosidade, iluminação e amor. Sim, eu sei. Ingenuidade a minha. Não se conversa com um fascista. Não se convence um fascista de que ele está equivocado. A um fascista, resta a história que, comprovadamente, nos faz ouvir a sua voz, assassina: Morte à tudo que floresce. Morte à tudo que esclarece. Morte à tudo que nos leve Além.