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[caption id="attachment_127742" align="alignnone" width="1920"] O governador de Minas, Fernando Pimentel, foi entrevistado por Paulo Moreira Leite e Renato Rovai: "Não podemos privar o Lula de disputar as eleições", disse - Foto: Reprodução[/caption]
Em entrevista ao jornalista Paulo Moreira Leite, do Brasil 247, e ao editor da Revista Fórum, Renato Rovai, para a TV 247, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, fez sua análise sobre o que precisa acontecer para que o país deixe a crise institucional. “Primeiramente, defendo, como ponto central, a instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva, em 2019. Infelizmente, depois de tudo o que ocorreu, nossa Constituição de 1988 não tem mais sentido. Além disso, ela tem 30 anos e precisa de reformas em um ambiente diferente do que existe hoje”.
Pimentel também afirmou que as eleições precisam ser as mais democráticas possíveis. “Não sei se é possível, mas temos de lutar por isso. Não podemos privar o Lula de disputar. Mesmo porque ele foi vítima de uma condenação frágil. Ninguém tem o direito de impedir que 40% da população vote no candidato que deseja. Uma vez o presidente eleito, creio que deve haver espaço para uma pacificação das forças políticas”.
Fernando Pimentel destacou, ainda, a diferença no tratamento que a mídia tradicional dá às pessoas públicas. “Essa seletividade é o grande problema. Mas, felizmente, o povo está fazendo o julgamento. A popularidade de Lula não para de crescer. O contraponto é o que acontece com o senador Aécio Neves (PSDB), que vê seus índices caírem cada vez mais”.
Em Minas
Sobre o quadro eleitoral em Minas Gerais, Pimentel disse que deve ser candidato à reeleição. “Não estou preocupado com isso agora, mas seria leviano se negasse que meu nome não estará à disposição no momento adequado. Minas Gerais tem 853 municípios, dos quais mais ou menos 300 têm menos de 5 mil habitantes. Portanto, é fundamental entender a lógica local. Acredito que nós do campo democrático temos boas chances de vencer. Minas Gerais passou alguns anos sendo desviada de suas características, durante as gestões tucanas, mas estamos colocando o estado nos trilhos. Venderam a ficção de que o estado estava ajustado, mas, na verdade, estava abandonado”.
O governador de Minas relatou também as profundas dificuldades econômicas encontradas por ele ao assumir o cargo. Questionado se Minas Gerais correu o risco de, assim com o Rio de Janeiro, sofrer uma intervenção federal, disse: “Pegamos o estado em um estado de calamidade financeira. O governo Temer acenou com um pacote de responsabilidade fiscal com muitas restrições, inclusive, propondo a venda de estatais e isso nós concordamos. No Rio, o Pezão conseguiu aprovar na Alerj, mas não teve sucesso. Obteve o empréstimo de R$ 3 bilhões, que mal serviu para atualizar os salários dos servidores”, explica. Pimentel também ressaltou as dificuldades encontradas no que se refere ao pagamento dos servidores e sua previdência.
Em relação aos professores do estado, que estão envolvidos em greve, Pimentel explicou que, no início do mandato, a administração fez um acordo com a categoria de inclui-la no piso nacional. “Melhoramos a remuneração entre 48 e 50% em salário real. O problema é que chegou um momento em que não pudemos avançar mais, em função da lei de responsabilidade fiscal. Mas, em contrapartida, conseguimos contemplar 50 mil professores nas progressões de cargo e tivemos mais ou menos 45 mil professores nomeados”.
Questionado sobre a tragédia de Mariana, o governador afirmou que não está satisfeito com a demora no andamento do processo. “Houve um conflito acionário na Samarco e a Vale, em minha opinião, não está interessada em fazer a empresa voltar a operar. As indenizações também estão muito lentas. Acredito que esteja havendo desinteresse por arte dos acionistas”.
Acompanhe a entrevista completa: